Marcada para acontecer no último dia 14, a Parada Gay do Rio foi adiada. O motivo, segundo nota oficial publicada no site do Grupo Arco-Íris, que organiza o evento, foi a demora na liberação de verba pelos patrocinadores, entre eles a prefeitura. Foi marcada, então, uma nova data para o evento: 16 de novembro. Tudo combinado com a prefeitura que, na última edição, liberou R$ 628.930 para a parada. Parecia que as coisas estavam em paz, mas um grupo gay, que se intitula Pink Blocs, decidiu questionar a decisão e já anuncia, no Facebook, a Nova Parada Gay para o próximo domingo. Esta sem recursos públicos ou privados.
Surgido durante os protestos de julho de 2013 — quando apareceram por aqui também os black blocs —, o novo grupo autodenomina-se “uma tática da qual participam desviados que se recusam a viver na ditadura do normal” e diz promover “ações diretas contra homofobia, transfobia e machismo”.
Eles suspeitam do adiamento da parada em momento eleitoral: “A justificativa oficial da mudança foi atraso no recebimento das verbas de patrocinadores. Esse é um momento muito importante na nossa luta por direitos e achamos que ela não deve depender de dinheiro”, explicaram por mensagem os integrantes do Pink Blocs, que não se identificam individualmente.
Carlos Tufvesson, coordenador especial da Diversidade Sexual, pasta subordinada à prefeitura, nega qualquer motivação política:
— Tenho 20 anos de militância e dedicação a essa causa. Considero essa afirmação ofensiva e desonesta intelectualmente.
O Grupo Arco-Íris afirmou que a parada gay oficial precisa de verba para ter a repercussão necessária à causa.
— Há toda uma programação cultural, oficinas, ações de vacinação, de teste de HIV… — explica Marcelle Esteves, vice-presidente do Arco-Íris, que acha até melhor a parada depois das eleições, para que os candidatos não se aproveitem do evento para se promover.
Fonte: O Globo