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Os diversos oradores que na tarde noite da última quinta feira (06) se pronunciaram no ato público pela liberação de acesso público à Ilha do Fogo focaram principalmente na denúncia do suposto acordo firmado entre CODEVASF e Corpo de Engenharia do Exército dos Estados Unidos.
Para eles a “militarização do São Francisco”, como disse o dirigente da CPT – Comissão Pastoral da Terra, Roberto Malvezzi, depois de relatar “manobras em Floresta, Itacuruba e Petrolândia” e a “instalação de bases em vários pontos do rio”, obedece a “uma estratégia com fins desconhecidos”, provavelmente ligados às usinas nucleares e exploração de minérios radioativos.
Nesta mesma linha discursou o dirigente dos Eletricitários, Gabriel Arcanjo e o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Juazeiro e Ana, Presidente da Colônia de Pescadores, impedidos de utilizarem a ilha.
Também Márcio Angelo, representando o Deputado Yulo Oiticica, ao ler uma declaração do deputado reiterou o repúdio da comunidade à ocupação, noticiando a convocação da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa da Bahia para a realização de uma audiência pública em Juazeiro, já que “o constrangimento a que estão submetidas as famílias dos pescadores e o impedimento de livre acesso à ilha fere direitos fundamentais da pessoa humana”.
Entre a poesia de repentista, como Valdir Leme, para quem a ilha “é a princesa que desfila no palco da natureza” e o duro discurso de cobrança por presença e mobilização do vereador José Carlos Medeiros; o representante do prefeito Isaac Carvalho, que endossou a luta, Paulo César de Andrade Carvalho anunciou boas novas: “O prefeito Isaac está buscando de todas as formas, políticas e judiciais, para que a ilha retorne ao povo de Juazeiro e Petrolina. Amanhã, no encontro programado com o Governador Wagner, leva a reivindicação do coletivo da ilha e também está buscando caminhos dentro da lei para retomar a ilha”.
“A ilha é do povo e deve voltar ao povo. Este é o recado do prefeito Isaac” – disse Paulo César.
O ato estendeu-se até depois das dezenove horas, com música, poesia, repente, queima de bandeiras dos Estados Unidos e muito protesto por parte dos participantes.