Quantidade de mortes aumentou nas estradas do Sertão de Pernambuco envolvendo motociclistas. A Polícia Rodoviária Federal registrou nas BR- 407 e 428 em Petrolina, 35 mortes de janeiro a outubro de 2013. Em percentual, 40% a mais do que em todo o ano de 2012, quando foram registradas 14 óbitos.
“Desses 35 óbitos, pelo menos 20 deles havia como causa a ingestão de bebida associada a outros tipos infrações como ultrapassagens indevidas e excesso de velocidade”, explicou o chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da PRF, inspetor Luiz Filho.
Os números crescem ainda mais quando os dados saem de Petrolina para a região de abrangência da PRF. Dados da 8ª Gerência Regional de Saúde (VIII Geres) apontam que o problema é o mesmo nas estradas que cortam além de Petrolina, Afrânio, Dormentes, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, Cabrobó e Orocó. De janeiro a outubro de 2012, foram registradas 103 mortes e dessas, 55 envolveram motocicletas. Em 2013, o número cresceu. Foram 123 óbitos, sendo que 64 vítimas estavam pilotando ou de carona em motos.
Essas vítimas são encaminhadas ao Hospital Universitário, antigo Hospital de Urgência e Traumas de Petrolina. Do número total de acidentes registrados no mês de outubro deste ano, 78% usavam motocicletas como meio de locomoção. Outro dado é que 77% das vítimas de acidentes de trânsito são homens, de acordo com 8ª Gerência Regional de Saúde.
O único dado positivo foi registrado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Petrolina. Em 2013 foram 1,66 mil acidentes envolvendo motos. Comparado ao ano passado, o número é menor. Foram 1,96 mil acidentes em 2012.
Nem mesmo a implantação do Comitê Municipal de Prevenção no ano passado fez reduzir os índices. A facilidade para comprar motocicletas é apontada pelas autoridades de saúde e trânsito como fator que influencia o crescimento no número de acidentes. Comparando a frota de veículos registrados na 8ª Ciretran Petrolina-PE, as motocicletas são em maior número. São 49 mil motocicletas e 48 mil carros.
Problema nacional
O número de motociclistas mortos em acidentes no Brasil subiu 932,1%, no período de 1996 a 2011, o que faz dos usuários desse transporte as maiores vítimas do trânsito. De acordo com o Mapa da Violência 2013 — Acidentes de Trânsito e Motocicletas, feito a partir do levantamento estatístico com base em registros de mortes do Ministério da Saúde, em 2011, os motociclistas e seus passageiros representam 1/3 do total de óbitos no trânsito.
Das 43 mil mortes, 14,6 mil estavam sobre motos ou triciclos, sendo que maioria deslocava-se em veículos de duas rodas. De acordo com o Sistema Nacional de Informações de Mortalidade, o perfil dessas vítimas que morrem no trânsito no país são homens na faixa etária dos 29 aos 39 anos.
De acordo com o Mapa, havia 4 milhões de motos no Brasil no ano 2000, o equivalente a 13,6% do total de veículos. Esse número saltou para 18,4 milhões ou 26,1% da frota, em 2011. Enquanto os óbitos de usuários de moto cresceram 932,1% no período analisado, as mortes de ocupantes de carros subiram 72,9% e as de pedestres caíram 52,1%.
O segundo segmento com maior aumento de vítimas foi o dos ciclistas, com acréscimo de 203,9% e 1,8 mil mortos em 2011. O Mapa estima que o custo decorrente dos acidentes de trânsito no país, em 2011, tenha atingido R$ 44,6 bilhões, o que inclui despesas com 159 mil internações hospitalares no SUS.
G1 Petrolina






