Integrantes da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (Uespe) se reúnem neste sábado com segmentos da sociedade civil, sindicatos e entidades estudantis para discutir o aumento das passagens de ônibus em Petrolina. Na ocasião será formado um comitê, o qual terá responsabilidade de coordenar manifestações.
O reajuste foi determinado pelo juiz da Vara da Fazenda Pública, Josilton Reis, na última terça-feira (19). O novo valor da passagem será de R$ 2,46 para a área urbana, enquanto a da área ribeirinha (Tapera) passará a R$ 4,23. Já quem mora nos perímetros irrigados terá de pagar R$ 3,82. Os novos preços, segundo o magistrado, baseiam-se nos índices da inflação. As empresas têm 12 dias para começar a realizar a cobrança do novo valor.
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Passageiros do Vale do São Francisco (Setranvasf) entrou com a ação, que foi acatada pelo juiz. Segundo a entidade, a crise que assola as empresas de transporte coletivo da cidade foi agravada “devido à omissão do Poder Público Municipal e da empresa fiscalizadora do setor (EPTTC) em reajustar as tarifas de ônibus”.
“Se eles estão ‘arrochados’ com a crise, imagine os trabalhadores? O pai que tem mais de três filhos estudando não terá condições de arcar com esse aumento”, questionou o presidente do diretório de Petrolina da Uespe, Davi Lira. Ele alega que pelo menos do segmento estudantil, serão prejudicados cerca de 85 mil estudantes.
A Prefeitura Municipal de Petrolina se manifestou sobre o caso em nota à imprensa nesta sexta-feira. Segundo o texto, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de Passageiros do Vale do São Francisco (Setranvasf) chegou realmente a solicitar da EPTTC o reajuste das passagens de ônibus no âmbito do município.
“Ocorre que, apesar das diversas solicitações de informações e documentos da empresa municipal para o estudo sobre a composição do preço das passagens, o sindicato representante das empresas não entregou os dados completos para embasar o estudo”.
“Destaque-se que sem as informações necessárias, a EPTTC ficou impossibilitada de realizar análise dos pedidos das empresas. Contudo, mesmo sem enviar os documentos, o setranvasf ajuizou a ação na vara da fazenda pública, que foi acatada pelo juiz”.
“Diante desses fatos, informamos aos usuários do sistema municipal de transporte de passageiros que o município vai recorrer da decisão judicial e continuará aberto ao diálogo com o Setranvasf para tentar chegar a um acordo sobre o preço das passagens”, destacou a nota.
Segundo Davi Lima, a Uespe também recorrerá da decisão judicial.