O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto, disse, nesta quinta-feira (31), que o desentendimento entre o ministro Gilmar Mendes e o ex-presidente Lula não provocou nenhum “abalo sísmico” no tribunal. Britto, nos últimos dias, já tinha negado que havia crise no STF.
Reportagem de revista “Veja” desta semana relata conversa que Lula teria tido no final de abril com Gilmar Mendes. De acordo com a revista, Mendes disse que foi pressionado por Lula para adiar o julgamento do mensalão. Em troca, ainda segundo a “Veja”, Lula ofereceu blindagem a Mendes na CPI do Cachoeira. A revista faz referência a “boatos” de que Mendes teria viajado a Berlim às custas do bicheiro.
Ayres Britto participou nesta quinta-feira de um seminário do Conselho Nacional de Justiça(CNJ) sobre probidade administrativa. Na chegada ao evento, o ministro reiterou que o episódio entre Mendes e Lula não abalou o STF. “Não houve esse abalo sísmico de que se fala. O Supremo continua altivo, consciente de seu dever, que é manter o foco em julgamentos como o do mensalão. O Supremo não perdeu seu ponto de centralidade”, disse o ministro.
Questionado por jornalistas se de alguma maneira o episódio arranhava a imagem do tribunal com a opinião pública, Ayres Britto disse que o Supremo tem “servido tão bem à sociedade” que não há prejuízos para a reputação do tribunal. O ministro citou a votação da Lei Maria da Penha e da Ficha Limpa como exemplos de contrubições do STF ao país.
Ayres Britto também respondeu a uma pergunta sobre a data do julgamento do mensalão. “Aí eu tenho que conversar com o ministro revisor do processo [Ricardo Lewandovski] pra termos uma definição”, afirmou.