O governador Rui Costa negou ontem que esteja querendo fazer uma reforma administrativa em sua gestão. Conforme fontes ligadas à Tribuna, estaria em andamento um estudo de mudanças no quadro administrativo e que culminaria na saída de pelo menos seis secretários por não estarem correspondendo à expectativa do gestor considerado de perfil técnico. Quem também afirmou desconhecer qualquer movimentação sobre o assunto foi o secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes. Apesar da negativa, Gomes já havia sinalizado, em entrevista a esse jornal no mês de junho, exatamente no Congresso Nacional do PT, realizado no Hotel Pestana, no Rio Vermelho, que o PR, partido aliado ao governo, seria contemplado com uma secretaria em um possível reforma. Dentre os nomes que estariam balançados e com possibilidade de queda na eventual reforma seriam Álvaro Gomes, do Trabalho, Emprego e Renda (Setre); Nelson Pelegrino, do Turismo (Setur); Osvaldo Barreto, da Educação (SEC); Edelvino Góes, da Administração (Saeb); Paulo Câmera, da Agricultura (Seagri); e João Leão, do Planejamento (Seplan). Em nota, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) reforçou o posicionamento do governador e do secretário Josias Gomes. “A Secom esclarece que não existe reforma administrativa ou mudança no secretariado prevista na estrutura do governo da Bahia. Neste momento, o governador Rui Costa tem como objetivo garantir mais transformações sociais e econômicas no estado, por meio de programas e ações que estão sendo realizadas por todas as áreas do Poder Executivo. O governador continuará trabalhando em conjunto com os secretários – e na intensidade que já se tornou uma de suas marcas – para fazer a Bahia avançar cada vez mais, mesmo diante da crise econômica que atinge diversos estados brasileiros e grandes potências mundiais”, disse a pasta. A reportagem tentou ouvir ainda os secretários listados como ameaçados. Por meio da assessoria de imprensa, Edelvino Góes disse que não falaria sobre o assunto. Osvaldo Barreto estava em reunião sua assessoria recomendou a Secom do estado. Pelegrino não foi encontrado. De acordo com a assessoria de imprensa, ele se encontrava em Maceió participando de um evento voltado para o turismo. João Leão estava também em viagem e não foi localizado. As assessorias de Álvaro Gomes e Paulo Câmera foram procuradas, mas não deram retorno até o fechamento dessa edição. Desde o início da administração, dois titulares foram substituídos. Com 27 dias de governo, Fernanda Mendonça deixou o cargo de secretária de Agricultura após o PDT ter “rompido” com o governo estadual para integrar o time do prefeito ACM Neto, onde a irmã de Félix Mendonça Júnior, presidente do partido, comanda a Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Emprego. Fernanda, que deixou o governo, é prima de Félix Jr.. A segunda baixa foi o James Correia, que vinha tocando a pasta da Indústria e Comércio desde a era Wagner, mas preferiu ir cuidar de projetos pessoais a continuar na pasta. Fernanda foi substituída por Paulo Câmera, deputado estadual licenciado pelo PDT. Embora o partido tenha rompido institucionalmente com Rui, a bancada dos deputados mantiveram as secretarias no governo. No lugar de Correia entrou, em maio, o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda.