Eleito nesta semana como novo membro da Academia Mundial de Ciências, o médico baiano Maurício Barreto considera a escolha como um reconhecimento aos trabalhos feitos no Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e um chamamento para se dedicar mais as pesquisas. Ele é o primeiro baiano a integrar o seleto grupo que já teve 15 premiados no Nobel, a mais prestigiada distinção para o avanço do conhecimento no mundo. “Não sei avaliar a importância desse prêmio para a Bahia, mas digo que é um reconhecimento ao que fazemos no ISC e implica em se envolver mais nos projetos para países em desenvolvimento”, disse o epidemiologista em entrevista ao Bahia Noticias. Um dos autores do estudo sobre os impactos do Bolsa Família na redução da mortalidade infantil, com artigo publicado na principal revista de saúde do mundo, a The Lancet, Barreto participa do 5° Seminário de Gestão de Tecnologia e Inovação em Saúde, que ocorre até esta sexta-feira (11), em Salvador. Para o cientista, a pesquisa mostra a importância de se investir mais em programas sociais por conta das implicações positivas. “Os avanços são fruto de sucessivos governos e aponta melhorias no bem-estar das pessoas. Isso não quer dizer que eles [projetos sociais] sejam suficientes. Melhora não quer dizer satisfação”, avaliou. O epidemiologista, que atua em pesquisas desde a década de 80, tem estudos em doenças infecciosas, diarreia infantil, dengue, tuberculose, asma e alergia. Mestre em Saúde Comunitária pela Ufba e Ph.D em Epidemiologia pela Universidade de Londres com vasto currículo, Barreto foi escolhido junto com outros 11 brasileiros dos 50 selecionados em todo o mundo em processo interno da academia.
por Francis Juliano
BN