Quatro ‘vovôs’ baianos treinam até 14 km por dia visando a participação no Sul-americano de Remo Master, que será disputado entre 6 e 8 de abril, em Valparaíso, no Chile. Mais velho do quarteto, Joel Ribeiro, de 78 anos, tem uma trajetória de conquistas ao lado dos colegas Nilson Conceição e Jorge Coelho, ambos de 63 anos, e o caçula Edson Conceição, de 59 anos.
“A gente treina na raia da Ribeira, junto com o pessoal jovem dos clubes de remo, que fazem de 14 a 24 km por dia”, explicou Conceição. A preparação do quarteto é feita dentro da frequência cardíaca de cada um dos vovôs, que contam com acompanhamento médico e técnico.
Para mostrar que a competição de veteranos é normal, Edson Conceição apresenta gente muito mais idosa remando. “No último Brasileiro que fomos, tinha remador competindo com 88 anos”, afirmou.
Atleta de destaque do Vitória na década de 60, quando o remo tinha muito prestígio no país, Joel Meu Santo garante ter muito gás para gastar nas provas. “Nós somos em quatro remadores e vamos correr oito provas”, explicou.
Acostumada a competir contra seus contemporâneos, a equipe baiana vai para o sexto Sul-americano. “Já participamos de cinco edições e tenho acumulado três medalhas de ouro. Jorge e Edson cinco medalhas de ouro cada um”, relatou Nilson Conceição.
Competições masters
Nos últimos dez anos, ambos vêm se dedicado às competições masters, voltadas para remadores a partir dos 27 anos. No Chile, serão 30 modalidades. Os baianos vão em nove provas nas categorias skiff E, H, I, double skiff F, G, H, dois sem timoneiro F, four skiff F e G.
Mais velho do grupo, Meu Santo procura dar exemplo. “Às 5h da manhã já estamos na água pra treinar, todos os dias, por até duas horas. Incluímos musculação, treino aeróbico e, sempre que possível, o remergômetro, equipamento para condicionamento”, contou.
O ‘quarteto fantástico’ viaja nesta terça-feira para o Chile, onde se juntará aos cerca de 400 atletas das Américas. O evento é considerado um dos mais importantes da categoria na América do Sul e a Bahia terá atletas que fizeram história desde a adolescência, nas águas da Ribeira, onde cresceram.
Dedicação nos treinos e amor ao esporte já rendeu à delegação de jovens senhores 75 medalhas, quatro delas de ouro em mundiais de masters. Na volta, eles pretendem retomar os treinos para uma missão maior.
Em setembro, será o Mundial nos EUA e o grupo segue confiante em continuar colecionando medalhas. “Buscaremos patrocínio para viabilizar a ida da equipe, já que o custo é alto e, normalmente, precisamos custear com recursos próprios nossas viagens”, diz Joel Ribeiro.
A Tarde
