Após os confrontos entre Polícia Militar e manifestantes em protestos contra o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin declarou nesta segunda-feira (17) em Campinas (SP) que o uso de balas de borracha está proibido para conter qualquer manifestação pública, além dos protestos em São Paulo.
“Nós proibimos o uso de balas de borracha em manifestações públicas”, afirmou Alckmin. Além da medida, o governador confirmou que os manifestantes concordaram em divulgar o trajeto dos protestos na capital paulista. “O governo deseja dar tranquilidade para todos, segurança, acompanhar a manifestação e não fará nenhuma interferência”, garantiu.
Durante entrevista coletiva nesta manhã, Alckmin elogiou os manifestantes e a ação da Polícia Militar, acusada de abuso e violência pelos participantes dos protestos. “Gostaria de elogiar a polícia, as lideranças que deram uma demonstração de diálogo, de maturidade, o retorno que tive foi positivo”, disse. Segundo o governador, os policiais estarão preparados para garantir manifestações pacíficas e terão comunicação por rádio durante os trajetos. “Temos que garantir o direito a integridade física dos manifestantes, quem está participando e de quem não está”, afirmou.
Sob controle
Alckmin, que participou do início das obras de prolongamento de um anel viário em Campinas, se limitou a responder três perguntas sobre os protestos. Questionado se as manifestações estão fora de controle, ele negou. “Seguramos o reajuste por seis meses, a pedido do governo federal, para não piorar o pico inflacionário do íncio do ano. Assim, o aumento foi menor que a inflação. Nosso objetivo é melhorar o transporte público”, explicou.
Na manhã desta segunda-feira (17), integrantes do movimento que realiza os protestos em São Paulo participaram de uma reunião com representantes da Secretaria de Segurança Pública (SSP). O orgão já havia divulgado mudanças nos procedimentos da PM para acompanhar as manifestações. A corporação foi orientada a agir somente em casos de provocação e vandalismo.
No domingo, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella, afirmou ser fundamental conhecer o trajeto do protesto para planejar a ação policial e mesmo para proteger os manifestantes. “A Polícia Militar tem condições de planejar com os manifestantes. O fundamental é definirmos um trajeto que será percorrido”.