O ministro de imigração da Bélgica disse neste domingo que garantir asilo político ao líder catalão, Carles Puigdemont, “não seria irrealista” se ele pedir, ressaltando a posição do país como um voz contrária às decisões espanholas. O governo de Madri destituiu Puigdemont e suspendeu o Parlamento da região na sexta-feira, horas após a Catalunha se declarar uma nação independente. Enquanto ainda não há indicação que Puigdemont esperava ir para a Bélgica, o país é um dos poucos membros da União Europeia onde cidadãos podem pedir por refúgio.
— Não é irrealista se você olha a situação — disse o ministro de migração, Theo Francken, à emissora VTM. — Eles já estão falando sobre prisão, a questão é em que medida ele obterá um julgamento justo.
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, pediu um diálogo entre Madri e Barcelona. O relacionamento entre a Bélgica e a Espanha entrou em crise durante uma questão similar entre os anos 1990 e 2000, quando o país se negou a extraditar um casal espanhol que tinha um suposto envolvimento no grupo militante basco ETA.
CATALUNHA MANTÉM DESAFIO
“Não podemos reconhecer o golpe de Estado contra a Catalunha, nem nenhuma das decisões antidemocráticas que o Partido Popular (do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy) com controle remoto de Madri”, assegurou Junqueras sobre a tomada do controle da Catalunha. “A presidente do Parlamento é e continuará sendo Carme Forcadell, ao menos que os cidadãos decidam o contrário em eleições livres.
No sábado, Puigdemont fez uma declaração institucional onde foi menos explicíto.
— A melhor maneira de defender as conquistas obtidas até hoje é a oposição democrática à aplicação do artigo 155 — afirmou, assegurando que seguirá trabalhando para construir um país livre.
Após anos de escalada entre o poder central e a celebração de um referendo considerado inscontitucional pela Espanha no dia 1º de outubro, os independentistas proclamaram uma república na Catalunha, que tem 7,5 milhões de habitantes. Porém, a declaração de separação da região não foi reconhecida por nenhum país e foi rejeitada por metade da população catalã, que prepara uma grande marcha para este domingo em Barcelona.


