Depois de aparecer no programa do PSB exibido em rede nacional de TV fazendo críticas ao governo Dilma Rousseff, o governador Eduardo Campos (PE) recebeu nesta sexta-feira (26) do senador Aécio Neves (PSDB-MG) as boas-vindas ao campo oposicionista.
“Eu dou as boas-vindas ao companheiro Eduardo Campos no campo oposicionista. É uma demonstração clara da fragilidade que vem passando o governo. Setores que eram governo e vêm para a oposição são muito bem-vindos”, disse Aécio.
Aécio é o provável candidato a presidente pelo PSDB. Campos pode também concorrer à Presidência e desde já tenta se desgarrar do governo, embora seu partido ainda ocupe cargos na gestão Dilma.
No programa do PSB exibido na noite de quinta-feira (25), Campos fez críticas à gestão da presidente Dilma nas áreas econômica, social e também na questão federativa, que tem sido marca do discurso de Aécio.
O tucano critica a alta concentração de recursos nas mãos da União, o que deixa Estados e municípios com pouca autonomia financeira e mais dependentes dos investimentos federais. No campo político, esse discurso agrada aos prefeitos.
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Aécio disse que não vê Campos como um concorrente, por mais que eles eventualmente tenham que se enfrentar em 2014. O senador disse a mesma coisa sobre a ex-ministra Marina Silva, que tenta viabilizar um novo partido (Rede Sustentabilidade) para se candidatar ao Planalto.
Segundo o tucano, a eventual candidatura de Marina também dará “pluralidade” e vai “enriquecer” o debate. “É muito bom para a democracia, independentemente de quem ganha e quem perde, [até] porque essas avaliações hoje são extemporâneas e subjetivas”, disse.
Até recentemente, o PSDB, aliado ao DEM, era uma voz quase isolada na oposição. Agora, começa a ter que dividir as atenções, especialmente com Campos.
O tucano disse que vai estimular que outras candidaturas surjam, mesmo que para concorrer com o PSDB. “O governo e a presidente Dilma é que me parecem extremamente preocupados, talvez perplexos com o que vem acontecendo no Brasil”, disse.
Ele se referia à situação econômica de baixo crescimento e inflação resistente, o que deixa o governo melindrado. E para evitar o avanço da oposição, tenta “inibir a força e o surgimento de novas candidaturas”, criando dificuldades para o surgimento de novas candidaturas.
Essa crítica diz respeito ao fato o bloco governista estar criando dificuldades no Congresso para a criação de novos partidos, que tendem a ser oposição ou críticos ao governo do PT.
Aécio participou de um encontro de prefeitos e vereadores do DEM de Minas Gerais e, em discurso, disse que não sabe qual será o seu papel em 2014, mas que, está “pronto” para qualquer que for. “Quero o embate”, afirmou.
E acrescentou: “Não será uma tarefa fácil, mas longe de temê-la”