Por Emaísa Lima
Foi com o objetivo de avaliar a contribuição dos fungos micorrízicos arbusculares (FMA), no aumento da produção de compostos bioativos foliares em mudas de amburana (Amburana cearensis (Allemao) A.C.Sm., Leguminosae), popularmente conhecida como umburana, que a juazeirense e licenciada em Ciências Biológicas, pela Universidade de Pernambuco (UPE), campus Petrolina, Paula Tarcila, defendeu a sua dissertação de mestrado, no mês passado, em Recife, propondo uma biotecnologia que aumenta a quantidade destes compostos, os quais têm propriedades medicinais.
A juazeirense e bióloga, Paula Tarcila, nos conta o porquê resolveu fazer o mestrado, na área de Biologia Celular e Molecular Aplicada, da Universidade de Pernambuco (UPE/Campus Recife). “É uma linha de pesquisa interessante, pois a gente não busca apenas a caracterização desses compostos, nós tentamos através da associação micorrízica aumentar a produção. Essa associação ocorre naturalmente, possuindo uma estimativa de serem encontradas em 95% das plantas terrestres, então é uma biotecnologia, e na minha opinião é maravilhoso usar ferramentas da própria natureza.”
O biólogo, orientador de mestrado da aluna e professor da UPE, Fábio Sérgio Barbosa, destaca o intuito de toda a pesquisa desenvolvida, de maneira inédita, no campus da UPE Petrolina, dentro do Laboratório de Enzimologia e Fitoquímica Aplicada a Micologia (LEFAM). “Essa pesquisa faz parte um projeto maior e que tem como objetivo definir o papel da inoculação com fungos micorrízicos na maximização da produção de biomoléculas vegetais, com potencial medicinal, em plantas da Caatinga. O nosso grupo tem parceria com a Universidade Federal de Pernambuco e com a Universidade de Coimbra, instituições que têm contribuído para o desenvolvimento das pesquisas.”
A dissertação que teve como tema “Biotecnologia micorrízica para otimização da produção de compostos bioativos foliares em mudas de amburana (Amburana cearensis (Allemao) A.C.Sm., Leguminosae)”, foi toda produzida no Laboratório de Enzimologia e Fitoquímica Aplicada a Micologia (LEFAM) da UPE, em Petrolina, e provou que por meio de uma associação com dos fungos micorrízicos com Amburana cearensis, um aumento da produção de compostos bioativos foliares em mudas desta leguminosa. O que torna o estudo uma ferramenta biotecnológica de baixo custo para incrementar os teores de compostos bioativos foliares em mudas da respectiva planta.
Sobre os próximos passos da bióloga, Paula Tarcila, o professor/orientador destaca. “A aluna irá prestar seleção ao Doutorado em Biologia Celular e Molecular Aplicada da UPE, nos próximos meses; o objeto de estudo da aluna será em moléculas mais específicas do metabolismo secundário da amburana, em função da aplicação da tecnologia empregando fungos micorrízicos.”
LEFAM
O Laboratório de Enzimologia e Fitoquímica Aplicada a Micologia (LEFAM) está situado na Universidade de Pernambuco e segue a linha da biotecnologia ambiental, trabalhando com plantas do bioma Caatinga associadas a fungos micorrízicos arbusculares, para aumentar a produção de compostos bioativos, que são compostos que para planta auxiliam na defesa ou atração de polinizadores e são responsáveis pela característica de serem medicinais ou venenosas para os seres humanos.
1 Comment