Em meio à cerimônia de comemoração dos 10 anos do Bolsa Família, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (30) que o programa federal de transferência de renda varreu “as políticas clientelistas centenárias” do país. O clientelismo é um tipo de relação política na qual uma pessoa recebe proteção de outra em troca de apoio político.
Escudada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a atual chefe do Executivo defendeu que o diferencial do Bolsa Família seria o fato de, supostamente, não gerar uma relação de “dominação” entre o Estado e os beneficiários do programa. Segundo Dilma, os governos petistas mudaram a forma de fazer política social no país.
“Para conseguirmos fazer transferência de renda direta, na veia, bem na veia dos mais pobres, nós primeiro unificamos todas as ações do Estado e varremos as políticas clientelistas centenárias no nosso país”, disse Dilma. A presidente enfatizou ainda que a utilização de um cartão magnético, pessoal e intransferível permitiu ao Bolsa Família “romper com a longa tradição brasileira de programas assistencialistas” que eram criados em períodos próximos das eleições.
Ao elogiar o ex-presidente Lula pela iniciativa do Fome Zero, referindo-se a ele como “querido e insuperável”, Dilma disse que o petista fez uma transformação que muitos da geração dela só acreditaram ser possível “pegando em armas”.
“Minha geração chegou a acreditar que só era possível fazer transformações com as armas na mão”, ressaltou. “Com o senhor, muitos da minha geração que tiveram oportunidade, aprendemos que a verdadeira transformação é feita unindo nossas mãos às mãos dos nossas irmãs de nossos irmãos e com o senhor descobrimos que a energia pacífica, que emerge daí é a grande força motriz da história”, destacou Dilma.
Mais tarde, no início da noite, Dilma usou o Twitter para repetir os números divulgados de manhã. “Impressionam os números divulgados pelo @MDSComunicacao [Ministério do Desenvolvimento Social] sobre os efeitos do #BolsaFamilia10anos na vida dos brasileiros”, exaltou.
Ela voltou a citar dados como a melhoria na frequência escolar dos jovens atendidos pelo programa. Segundo dados do governo, 94,3% dos alunos do ensino básico, 85,7% do ensino fundamental e 74,1% do ensino médio permanecem na escola. Esses números seriam superiores à média nacional de 92,1% no ensino básico, 78,8% no fundamental e e 66,2% no médio.
Juliana Braga Do G1, em Brasília


