O ex-presidente da república, Jair Messias Bolsonaro (PL), deu declarações contundentes sobre a sua relação com o Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. De acordo com o ex-chefe do executivo federal, “Cid é uma pessoa decente. É bom caráter. Ele não vai inventar nada”.
A fala de Bolsonaro aconteceu um dia antes dele passar por uma cirurgia onde corrigiu a hérnia de hiato e um desvio de septo. Todas as intervenções aconteceram na manhã da última terça (12). As informações são da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Questionado sobre a delação premiada de Mauro Cid, sobre os inquéritos em que ele também é investigado, o ex-presidente se mostrou ’em paz’ com a situação.
“Ele foi pessoa de minha confiança ao longo dos quatro anos. Fez um bom trabalho e tinha aquela vontade de resolver as coisas. O telefone dele, por exemplo, eu chamava de muro das lamentações. Não só militares, mas civis que queriam chegar a mim, vinham através dele”, relatou Bolsonaro.
Ainda segundo o ex-chefe do executivo federal, não há porque ele temer a delação. Segundo ele, Cid não tinha envolvimento direto com as decisões tomadas por ele.
“Não, não tenho. Ele não participava de nada. Eu estive com o Putin, por exemplo, com o Trump. Éramos eu e o intérprete. Ele nunca estava, ele agendava, os horários de encontros com chefes de Estado, com ministros, com autoridades, com comandantes de força. Mas nunca participou dessas reuniões. Quando você conversa com os quatro estrelas, não fica nenhum tenente-coronel do lado. Até mesmo por uma questão de hierarquia.
O ex-presidente completou falando da confiança que possui em Mauro Cid. De acordo com ele, o ex-ajudante de ordens ‘não vai inventar nada’. “O Cid é uma pessoa decente. É bom caráter. Ele não vai inventar nada, até porque o que ele falar, vai ter que comprovar. Há uma intenção de nos ligar ao 8 de Janeiro de qualquer forma. E o Cid não tem o que falar no tocante a isso porque não existe ligação nossa com o 8 de Janeiro. Eu me retraí, fiquei no Palácio da Alvorada dois meses, fui poucas vezes na Presidência. Recebi poucas pessoas. Não tenho nenhuma preocupação com minha vida particular. Falam muito das contas da Michelle. Não chegava a R$ 3.000. É ridículo”, afirmou o ex-presidente.
8 de Janeiro
Bolsonaro ainda comentou sobre o 8 de Janeiro. Na ocasião, ele negou qualquer participação na eventual tentativa de golpe de Estado no Brasil. “Desde que assumi, eu fui constantemente acusado de querer dar um golpe, tendo em vista a formação do meu ministério, e as minhas posições como parlamentar. Mas vocês não acham uma só situação minha agindo fora das quatro linhas da Constituição. Nenhuma. Não seria depois do segundo turno que eu iria fazer isso. Muito menos no 8 de Janeiro. Eu já não era mais nada, estava fora do Brasil”, finalizou Bolsonaro.
Fonte: BNews Foto: Agência Brasil