O Partido Liberal (PL) oficializou, por aclamação, neste domingo (24), a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro. A convenção nacional da sigla é realizada em evento com estrutura de comício, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro (RJ). O partido também confirmou o nome do general Walter Braga Netto como vice na chapa.
É a primeira vez que um presidente disputa um novo mandato ao Palácio do Planalto com uma chapa “puro sangue”, ou seja, com um vice da mesma legenda. General de quatro estrelas, Braga Netto é homem de alta confiança de Bolsonaro. Na atual gestão, atuou como ministro chefe da Casa Civil, comandou o Ministério da Defesa e mais recentemente exercia o cargo de assessor especial da Presidência da República – do qual foi exonerado em julho.
Com um militar de vice, Bolsonaro repete estratégia adotada quando disputou a presidência em 2018. Naquela ocasião, o escolhido foi o general Hamilton Mourão, com quem colecionou desavenças ao longo do mandato. Nos bastidores do poder, a decisão de ter um vice militar e sem trânsito político é vista como uma espécie de “seguro” adicional contra um possível impeachment, já que o nome do possível substituto costuma provocar desconfiança dos políticos.
Ao contrário da última corrida presidencial, Bolsonaro agora também aposta na força das estruturas tradicionais de campanha – embora ainda trate a comunicação nas redes sociais como pilar estratégico para sua reeleição. Em vez do nanico (à época) PSL e do discurso crítico ao “centrão”, o mandatário resolveu filiar-se ao PL, de Valdemar Costa Neto, uma das mais tradicionais legendas do grupo, e atraiu aliança com o Progressistas, o Republicanos e o PTB.
Tal estrutura garantirá maior tempo para propaganda no rádio e na televisão, mais recursos financeiros para a campanha e maior capilaridade para palanques nos estados e municípios. Prova do movimento é o próprio evento montado para a oficialização da candidatura. O PL trabalhava com a expectativa de reunir cerca de 10 mil pessoas no Maracanãzinho, estratégia muito diferente da adotada pelas siglas adversárias, que contaram com estrutura mais modesta.
Os ingressos para o evento foram disponibilizados inicialmente pela internet, mas bolsonaristas acusam opositores de tentarem “sabotar” a convenção, ao convocar apoiadores a se inscreverem para o evento e não comparecerem, de modo a esvaziar a convenção.
Pelo calendário da Justiça Eleitoral, os partidos têm entre 20 de julho e 5 de agosto para realizar as reuniões que definirão coligações e a escolha candidaturas à presidência, aos governos e aos cargos de deputado federal, estadual e distrital. Depois, as siglas têm até 15 de agosto para solicitar os registros de candidatura junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Bolsonaro é o quarto presidenciável a oficializar candidatura para essas eleições. Antes dele, tiveram suas candidaturas lançadas Ciro Gomes (PDT), na quarta-feira (10), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na quinta-feira (21), e André Janones (Avante), no sábado (23).
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