O primeiro amistoso internacional de futebol foi jogado em 1872, entre a Inglaterra e Escócia, num momento em que o esporte era raramente praticado fora da Grã-Bretanha. No final desse século, o futebol começou a ganhar mais adeptos e, por isso se tornou um esporte de demonstração (sem disputa de medalhas) nos Jogos Olímpicos de Verão de 1900, 1904 e 1906, até se tornar uma competição oficial nos Jogos Olímpicos de Verão de 1908.
Em maio de 1928, a Federação Internacional de Futebol (FIFA), decidiu criar um campeonato mundial próprio, chamado de Copa do Mundo ou Campeonato Mundial de Futebol, que é realizado a cada quatro anos. A primeira edição aconteceu em 1930, no Uruguai, com a vitória da seleção da casa.
O Brasil sediou a Copa do Mundo de 1950 e a perdeu para o Uruguai, mas foi o país que alcançou mais títulos mundiais – cinco (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002). É também o único país a ter participado de todos os Campeonatos e ter ganhado, em 1970, a Taça Juls Rimet, editada em homenagem ao primeiro presidente da FIFA. Essa Taça foi roubada em 1983 da sede da CBF, até hoje, não foi recuperada.
Em 2014, o Brasil vai sediar, pela segunda vez, a Copa do Mundo, mas, desde o ano passado se prepara para esse evento que vai atrair os exigentes turistas e torcedores de diversas partes do planeta. Nosso país está construindo novos e modernos estádios, hotéis, ferrovias, metrôs e várias atrações para receber esse importante acontecimento, mesmo assim, foi repreendido pelo Secretário-Geral da FIFA, Jérôme Valcke, que inadvertidamente disse que o Brasil precisaria tomar um chute no trazeiro” para fazer esse evento acontecer.
Esse episódio irritou o governo brasileiro, que pediu um novo interlocutor a FIFA, para conversar sobre a Copa. Depois de vários pedidos de desculpas e do cancelamento da viagem de Valcke ao Brasil, quando o francês visitaria as obras de Recife, Brasília e Cuiabá, as coisas voltaram ao normal, principalmente, quando o mandatário da FIFA, Joseph Blatter, veio na semana passada ao país para obter garantias do governo brasileiro de que os acordos firmados com a Federação Internacional de Futebol não sofrerão alterações, incluindo, também, a liberação de bebida alcoólica nos estádios. Antes da vinda de Jérôme Valcke ao Brasil, as ministras Gleisi Hoffman, da Casa Civil e Ideli Salvatti, das Relações Internacionais garantiram aos líderes da base do governo que não seria permitida a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Mas o governo acabou recuando dessa posição, depois de esclarecimentos do Ministério do Esporte de que a questão já estava acertada com a FIFA.
O presidente da FIFA, Joseph Blatter, desembarcou na noite da última quinta-feira (15), em Brasília. Escoltado por batedores, seguiu direto para o hotel. Blatter disse que veio para uma visita de cortesia a Presidente Dilma Rousseff e que conversaria com ela sobre a Lei Geral da Copa.
O governo e sua base aliada no Congresso tentaram afinar o discurso depois de baterem cabeça na questão da venda de bebidas alcoólicas durante a Copa, o ponto mais polêmico da lei. No último dia 14, os líderes partidários decidiram retirar a liberação da venda de bebidas nos estádios durante os jogos da Copa do Mundo, do texto da Lei, sob a alegação de ter recebido informações de assessores do Palácio do Planalto de que essa era a posição do governo. Até o relator se mostrou surpreso.
Mas não era nada disso. O ministro do esporte, Aldo Rebelo, teve de divulgar uma nota dizendo que, sim, o Brasil se comprometeu com a FIFA a liberar as bebidas alcoólicas nos estádios. É a garantia número oito, de um total de 11, que foram ratificadas em junho de 2007. “O que o Brasil firmou com a FIFA é um acordo para um evento, que dura um mês. Tenho a mais absoluta convicção que vai ser honrado pelo Congresso”, fala o ministro do esporte.
A indefinição sobre a Lei Geral da Copa foi assunto do jantar que Aldo Rebelo ofereceu a Blatter, mas não foi o único. Blatter chegou disposto a defender o Secretário-Geral da FIFA, Jerôme Valcke, que afirmou que o Brasil precisava de um chute no traseiro. O governo aceitou as desculpas de Valcke e o presidente da FIFA saiu confiante de que o entrevero foi superado. Na entrevista, Blatter disse, sorrindo, que Valcke ainda está vivo e que está certo de que ele vai voltar.
O relator da Lei Geral da Copa, deputado Vicente Cândido (PT-SP), disse na última quinta-feira que vai manter em seu parecer a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014 e ponto final.
GONZAGA PATRIOTA, Contador, Advogado, Administrador de Empresas e Jornalista, Pós-Graduado em Ciência Política e Mestre em Ciência Política e Políticas Públicas e Governo e Doutorando em Direito Civil, pela Universidade Federal da Argentina. É parlamentar desde 1982.