Entidade revisou base de dados, o que reduziu número de milionários dos anos anteriores
Os brasileiros de alta renda – aqueles com pelo menos R$ 1 milhão em aplicações e atendidos especificamente pelo canal de private banking – somaram 50.602 clientes em 2011 e fecharam o ano passado com R$ 434,4 bilhões investidos nos bancos, segundo levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), divulgado nesta sexta-feira (23).
Em relação a 2010, foi registrado avanço de 21,6% no volume de ativos sob gestão, praticamente o mesmo ritmo de expansão observado em 2010, quando registrou crescimento nominal de 22,9%.
A Anbima informou que revisou as estatísticas que compõem sua base de dados sobre a atividade de Private Banking e toda a série histórica, que contempla informações desde 2009. “O ajuste foi realizado após a associação detectar, em supervisão de rotina, que uma instituição estava informando de forma equivocada os dados referentes à atividade de private banking”, informou a associação, em comunicado.
De acordo o código de regulação e melhores práticas de private banking, além de capacidade de investimentos mínima de R$ 1 milhão, é necessário que os respectivos clientes sejam atendidos especificamente pelo canal de private banking.
“Com a revisão, foram excluídos da base de dados R$ 14,6 bilhões em patrimônio líquido, 15,8 mil clientes e 220 profissionais”, informou a Anbima.
Números de clientes revisados
Com isso, o número de clientes no final de 2009 foi revisado de 56.991 para 42.680 e os do final de 2010, de 63.224 para 47.883. Segundo a Anbima, o número total de clientes conquistados pelo segmento somaram em dezembro de 2011 50.602 brasileiros. Ou seja, a base de clientes aumentou em ritmo mais lento, 5,7%, contra 12,2% em 2010. Já o volume médio de recursos por cliente subiu de R$ 7,5 milhões para R$ 8,6 milhões.
Segundo a Anbima, ao final de 2011, 43% dos ativos geridos pelo private banking estavam aplicados em fundos de investimento, proporção similar aos 42,9% registrados em dezembro de 2010. A participação das aplicações em títulos e valores mobiliários também permaneceu relativamente estável, saindo de 51,6% para 51,2%.
Nas aplicações diretas em títulos e valores mobiliários houve aumento da participação dos ativos de renda fixa, de 32,5% para 36,7%, e recuo dos ativos de renda variável, de 19,1% para 14,5%, refletindo o desempenho deste segmento em 2011. Nas aplicações em fundos de investimento houve crescimento da parcela investida em fundos exclusivos/restritos e em fundos estruturados.