O contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem a partir das 9h30 desta segunda-feira (29) para buscar, pessoalmente, sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH), na Delegacia da Polícia Rodoviária Federal de Anápolis, a 55 km de Goiânia. O documento ficou apreendido após uma blitz da Leia Seca, na BR-060, na madrugada de domingo, quando o bicheiro – que estava na companhia da mulher, Andressa Mendonça, e de um casal de amigos – acabou detido após se recusar a fazer o teste do bafômetro.
Parado na blitz ao voltar do show do cantor sertanejo Gusttavo Lima, Cachoeira foi encaminhado para o 6º Distrito Policial de Anápolis, onde passou por exames que apontaram a embriaguez. Ele foi liberado no início da manhã de domingo após pagar fiança de R$ 22 mil, equivalente a ¼ do valor do carro que ele dirigia, um Kia Cadenza. No entanto, a CNH ficou apreendida e, segundo a PRF, só poderá ser retirada pelo próprio Cachoeira, depois que ele comprovar por teste de bafômetro que não está alcoolizado. “Se ele não retirar o documento em até cinco dias, a Carteira de Habilitação será encaminhada ao Detran de origem”, informou ao G1 o inspetor Newton Moraes, assessor de comunicação da PRF.
Embriaguez
Apesar de ter se recusado a fazer o teste do bafômetro ao ser parado na blitz, Cachoeira apresentava sinais de embriaguez, segundo policiais rodoviários federais. Exames comprovaram o fato, segundo a polícia. “Ele foi submetido por um médico credenciado da PRF ao exame clínico que formalizou indícios de embriaguez. Com essa prova testemunhal dos policiais e com o laudo clínico do médico, foi lavrado o auto de prisão em flagrante por embriaguez”, explicou o delegado Manoel Vanderic, do 6º Distrito Policial de Anápolis.
De acordo com ele, o bicheiro disse que só se manifestaria em juízo: “Ele exerceu o direito dele constitucionalmente garantido de responder em juízo”. O veículo dirigido por Cachoeira foi retirado do pátio da PRF por um funcionário dele, ainda na madrugada de domingo.
Procurado pelo G1, o advogado de Cachoeira, Nabor Bulhões, afirmou que só tinha conhecimento do ocorrido através da imprensa e que deixou um recado no telefone de Carlinhos Cachoeira para que ele entrasse em contato com o advogado. “É uma questão de trânsito aparentemente resolvida. Provavelmente, caso necessário, ele deve entrar em contato comigo”, argumentou.
Blitz da PRF
Cachoeira não foi único a ser flagrado na operação montada pela Polícia Rodoviária Federal na BR-060, que resultou em um total de 100 infrações, sendo 39 por dirigir embriagado. Além da CNH do bicheiro, outros 35 documentos retidos na blitz estão na delegacia da PRF de Anápolis à espera de seus donos.
Três dos condutores autuados não tinha habilitação. Segundo a PRF, este ano, já foram aplicadas 601 multas por embriaguez no estado e 203 pessoas acabaram presas. As autuações nas rodovias federais goianas já resultaram em 20 prisões de janeiro até agora.
Operação Monte Carlo
Cachoeira foi condenado a 39 anos e 8 meses de prisão pelo juiz federal no processo oriundo da Operação Monte Carlo, pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha.
O nome de Cachoeira aparece envolvido em duas operações da Polícia Federal: a Monte Carlo e a Saint Michel. A Saint Michel é um desdobramento da Operação Monte Carlo, que apurou o envolvimento de agentes públicos e empresários em uma quadrilha que explorava o jogo ilegal e tráfico de influência em Goiás.
O bicheiro obteve liberdade em 11 de dezembro do ano passado, dias depois de ser preso em razão de sua condenação. Antes, ele havia ficado preso no presídio da Papuda, em Brasília, por nove meses.
(G1)