A vontade de manter a ilha do Fogo aberta ao publico foi reafirmada ontem (21) pela manhã nas margens do São Francisco no café que já é uma tradição entre os “Amigos da Ilha”, composta por professores, médicos, agrônomos, comerciantes, empresários, jornalistas, estudantes e muitos outros profissionais.
O que mais se falou durante o café junino, regado a musica nordestina de Wanderley do Nordeste, foi da vontade de se manter essa relação com o rio e a natureza e de não aceitar a ideia de uma ocupação total da Ilha pelo 72 BI.
Cientes de que o local pertence a união os “amigos da ilha”, numa tentativa de não perder seu ponto de encontro de mais de 30 anos, propõe que a ocupação seja parcial, pois eles não conseguem imaginar a vida no Vale sem o banho nas águas do rio, que revigora e aproxima.
Para Lorena de Araujo, agrônoma, que frequenta a ilha a mais de três décadas a ideia é inconcebível. “Não tenho nada contra o Exercito, respeito a decisão da justiça, mas acredito que essa conversa tem que ser ampliada e mais, a população tem que ser ouvida, nós cuidamos da ilha esse tempo todo e se falta infraestrutura é uma situação que pode ser revista, queremos o direito de continuar vindo a Ilha do Fogo, e de reunir os amigos como estamos fazendo agora”, declarou.
O professor José de Arimatéia, o professor Ari, como é conhecido, falou durante o café da manhã, que no começo, quando soube da iniciativa do Exercito de assumir a ilha, ele sentiu-se impotente, diante da instituição, mas que hoje vendo todos os amigos e frequentadores de anos juntos, acredita que ainda há tempo, basta unirem forças. “Se o problema como disseram é a falta de segurança na ilha, o Exército pode até vir a ter um ponto de observância deste lado da ilha, todos agradeceriam, mas nunca a ocupação. Aqui é nosso ponto de encontro todas as manhãs, faça chuva ou sol”, assegurou.
Outra frequentadora que fez questão de dar seu depoimento foi Francisca Alves, que começou a usar a ilha por recomendação médica. “Foi aqui que curei minhas dores e fiz muitas amizades. Pratico exercícios e me distraio, não posso nem pensar em deixar de vir ilha”, desabafou
O vereador Mitonho Vargas também se fez presente no café junino e levou um pouco de esperança aos Amigos da Ilha, ao informar que na próxima terça-feira (26), às 17h, haverá uma audiência publica na ilha com a presença das Câmaras de Vereadores, de Juazeiro e Petrolina, unidas em prol da permanência dos banhistas na Ilha do Fogo.
Por Lidiane Souza