A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira uma emenda à medida provisória 664 que flexibiliza o Fator Previdenciário, mecanismo que limita o valor da aposentadoria de pessoas mais novas, em um revés para o Planalto, que era contra a medida.
A aprovação da emenda, que representa uma derrota para o governo da presidente Dilma Rousseff num momento de esforço de ajuste fiscal, aconteceu depois de, mais cedo, os deputados aprovarem o texto-base da MP 664, que altera regras de acesso a benefícios previdenciários, como pensão por morte.
A emenda, aprovada por 232 votos a 210, passa agora a fazer parte da MP 664, editada pelo governo no ano passado no âmbito do ajuste fiscal.
O texto da medida prevê que o contribuinte possa se aposentar sem a incidência do Fator Previdenciário após 30 anos de serviço, no caso de mulheres, e de 35, no caso de homens, desde que a soma do tempo de serviço com a idade seja igual ou superior a 85, para mulheres, e 95, para homens.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), argumentou durante a votação da matéria que o Planalto criou um grupo de discussão sobre o Fator Previdenciário com a participação de sindicalistas, do Congresso Nacional, do governo e do setor empresarial e que, em 180 dias, seria apresentada uma proposta de mudança.
Isso, no entanto, não foi o suficiente para evitar a aprovação da emenda, de autoria do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), inclusive com o voto de parlamentares de partidos da coalizão governista que apoia Dilma e de nove dos 58 deputados do PT que participaram da votação.
Além disso, todos os 12 deputados presentes do PCdoB, partido da base geralmente fiel ao governo, também votaram pela alteração no Fator Previdenciário.
Fonte: MSN Notícias