Na manhã desta terça-feira (15), cerca de cinco mil camponeses e camponesas do Movimento dos Pequenos Agricultores(MPA)ocuparam a unidade de pesquisa da empresa Monsanto e substituíram um campo experimental de milho transgênico plantando sementes crioulas, no distrito de irrigação Nilo Coelho, em Petrolina-PE. A ação faz parte da Jornada Nacional de Lutas por Soberania Alimentar, que teve início ontem (14) e segue até sexta-feira (18).
De acordo com Maria Kazé, da coordenação nacional do MPA, vários motivos justificam a substituição das sementes plantadas pela Monsanto. “Os donos das sementes do mundo são os camponeses e camponesas, que participaram do processo de transformação da biodiversidade existente. Não aceitamos que nenhuma empresa transnacional se aproprie do nosso patrimônio genético”, ressaltou Kazé.
Camponês e poeta, Zé Santana participa da ocupação por compreenderque as sementes crioulas são patrimônios da humanidade a serviço dos povos.“É importante que os movimentos sociais levantem a voz contra os grandes grupos que estão aí, matando o nosso povo, com veneno e modificando geneticamente nossas sementes”, declarou.
No último sábado (12), mais de 50 países participaram da Marcha Mundial contra a Monsanto. Milhões de manifestantes saíram às ruas de centenasde cidades em todo o mundo para protestar contra as práticas da multinacional, detentora do monopólio do mercado de alimentos e responsável por sufocar estudos que apontam malefícios à saúde advindos do cultivo de transgênicos.
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Leomárcio Araújo