Em grandes histórias de sucesso, normalmente, os empreendedores passam alguns perrengues pelo crescimento de suas empresas. O caso dos fundadores da Kemp, empresa que faz planejamento e gerenciamento de obras, não foi muito diferente.
Barbara Kemp e Rogério Moraes tinham se conhecido em um evento e estavam namorando há quatro meses, quando Barbara decidiu largar o emprego como arquiteta do Banco Real. Na época, ela estava participando de uma licitação para prestar serviços à instituição em que trabalhava, para se tornar responsável pela mudança visual das agências bancárias do nordeste.
“Achava que não tinha o menor perfil para trabalhar como funcionária”, explica a paulistana. Como ela estava decidida a empreender, chamou o Rogério para uma conversa. Ele, que é formado em propaganda e marketing, estava trabalhando com produção de eventos, mas já havia experiência como empreendedor.
“Expliquei que estava indo para o Fortaleza, que queria arriscar e construir a minha própria empresa, mas gostaria muito que ele fosse comigo”.
Ambos, então, se programaram para se mudar para Fortaleza. No entanto, a licitação foi vencida por outro prestador– notícia que a arquiteta e o publicitário souberam somente alguns dias antes da data de embarque.
Como a mudança já estava toda programada, o casal decidiu seguir em frente. “Nessa época a dificuldade era que estávamos no início de um negócio e no início de um casamento”, afirma Barbara.
Os primeiros meses no Ceará não foram fáceis: a geladeira demorou dois meses para chegar, então eles tinham que armazenar a comida em um isopor e eles moravam em uma casa com apenas um colchão. “Nós conseguimos um cliente, mas ele não honrou com o pagamento e nós tivemos que tirar o dinheiro da nossa reserva para arcar com o projeto”, lembra Rogério.
Com o tempo eles começaram a conseguir mais clientes e logo estavam fazendo, o que eles apelidaram de “Rally dos Sertões”, de cinco a seis estados em uma semana. Nessa época, para economizar dinheiro, eles dormiam nos aeroportos e rodoviárias; além disso, como não tinham notebook, tinham que carregar o computador, com direito a CPU e monitor, nas viagens.
A consolidação da Kemp levou três anos, quando outros grandes clientes começaram a integrar o portfólio da empresa, como TAM, Santander, Renner e O Boticário. “A gente foi crescendo conforme os nossos clientes nos indicavam para outras empresas”, explica Barbara.
Como a maioria dos contratos estavam em São Paulo, eles voltaram para a cidade-natal, alugaram uma galeria na Bela Vista e começaram a montar o escritório e a equipe. Algum tempo depois, o escritório sofreu um assalto e eles precisaram mudar a sede para o apartamento da mãe de Barbara até encontrar um lugar que acomodasse todo mundo.
“A gente sempre pensa em um plano B antes de tomar qualquer decisão”, afirma Rogério. “Não porque somos pessimistas, mas porque assim você está preparado para o pior. Caso aconteça algum problema, você consegue raciocinar melhor e com mais calma.”
Hoje, a empresa fatura mais de R$ 20 milhões por ano e, em 2014, gerenciou mais de 1.200 obras e hoje já tem mais de 120 funcionários.
Fonte: MSN Notícias