Se o dólar comercial fechou esta quinta-feira na maior cotação em quatro meses, beirando os R$ 3,30, para o consumidor, em casas de câmbio, o dólar turismo já ultrapassava a marca dos R$ 3,50. No caso do cartão pré-pago, com maior incidência de imposto, a moeda batia a marca dos R$ 3,70, preocupando quem está com viagem marcada para o exterior.
Na Confidence Cotação, o dólar americano em espécie era vendido a R$ 3,51, já com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 0,38%. A moeda no cartão pré-pago, com taxa de IOF maior, de 6,38%, era comercializada a R$ 3,78. Na Cotação, o dólar em espécie era vendido a R$ 3,53, e o produto no cartão pré-pago, a R$ 3,68. Na Sol Corretora, o dólar em dinheiro saía a R$ 3,42, e no cartão, a R$ 3,64.
O preço salgado do dólar turismo já provoca preocupações nos viajantes, sobretudo os que estão quase de malas prontas. Com o anúncio da redução da meta fiscal pelo governo nesta quarta-feira, Juvenal dos Santos, diretor de varejo da Confidence Câmbio, já sabia que o dólar iria disparar e que iriam chover ligações de clientes. “Aqui na mesa de operações, quando há forte oscilação de mercado, o número de ligações é muito alto – é muita gente cotando a moeda”, diz ele. Já o número de negócios fechados não costuma responder à altura. “O consumidor está mais cauteloso e mais receoso – e varejo de uma forma geral, inclusive o varejo financeiro, é impactado por isso”, diz.
Para Santos, quem já está com viagem próxima deve comprar dólar agora para se proteger e evitar contratempos financeiros caso haja uma nova disparada. Já quem só vai sair do País daqui a alguns meses pode comprar a moeda aos poucos, para conseguir um preço médio. “A grande dica é comprar aos poucos, para tentar não deixar a viagem dos seus sonhos por causa de um momento desesperador”, diz.
Já para Alexandre Fialho, diretor da Cotação, o cenário de incertezas pede compras graduais seja qual for a data da viagem. “ A gente já vem de um tempo de aumento da taxa e da volatilidade. Para o cliente, sempre é melhor parcelar a compra, independentemente do prazo que ele tenha”, diz.”Nem os especialistas sabem bem qual a tendência e para onde o dólar vai. Assim, comprando aos poucos, a pessoa terá uma taxa média de cotação até a data do embarque – pode não ser a melhor, mas também não será a pior”, diz.
Quanto ao tipo de produto, Fialho recomenda que o viajante tenha sempre uma quantia no cartão pré-pago, mesmo com a incidência maior do IOF, pela comodidade e segurança. “Em relação ao cartão de crédito, o pré-pago tem a vantagem de travar o câmbio, já que no crédito a cotação utilizada é a do dia da fatura. Em relação à moeda em espécie, ele é um pouco mais caro, mas também é mais seguro. O cliente precisa dosar as proporções com base em seu perfil, no lugar onde vai e no tipo de viagem que vai fazer”, diz.
Em dezembro de 2013, o governo elevou de 0,38% para 6,38% o IOF para gastos no exterior com cartões de débito e pré-pagos, cheques de viagem e saques em moeda estrangeira, equiparando essas modalidades de pagamento à taxa do cartão de crédito. O IOF para moeda em espécie permanece 0,38%.
Por que o dólar turismo é sempre mais caro?
O dólar comercial é utilizado por empresas, bancos e governos para operações no mercado de câmbio, como transferências financeiras, exportações, importações, entre outros.
Já o dólar turismo é utilizado para viagens, transações de turismo no exterior e débitos em moeda estrangeira no cartão de crédito. Ele é mais caro pois é calculado com base no dólar comercial mais os custos das casas de câmbio com questões logísticas, administrativas e com seguro em caso de roubo, uma vez que as transações com dólar turismo são feitas com moeda em espécie, em “dinheiro vivo”. Já as transações com dólar comercial são feitas de forma eletrônica.
Fonte: MSN Dinheiro