Nessa quinta-feira (20), completa-se um ano do homicídio que vitimou a jovem Élida Márcia Oliveira Nascimento Souza, de 32 anos. Ela era professora e foi executada com tiros na cabeça dentro do carro em que estava com o marido, Lázaro César Santana, e a filha de 2 anos, quando saía de casa a caminho do trabalho. O crime aconteceu na manhã do dia 20 de fevereiro de 2019, no bairro Castelo Branco, em Juazeiro.
O Ministério Público da Bahia denunciou quatro pessoas por participação no crime. Edivan Constantino de Moraes, acusado de ter planejado o assassinato, e Railton Lima da Silva, acusado de pilotar a motocicleta que transportava o atirador no momento do crime, estão presos no Conjunto Penal de Juazeiro.
Já Edivania Pereira de Morais, acusada de ser a mandante e ter planejado o crime junto com o pai, e Maicon Neves dos Santos, acusado de ter efetuado os disparos de arma de fogo contra a vítima, seguem foragidos.
Segundo informações obtidas pelo PNB, o juiz Roberto Paranhos proferiu neste mês a sentença pronunciando os dois acusados já presos, ou seja, encaminhou o processo para julgamento perante o júri popular. Porém, a defesa de Edivan recorreu da sentença e o processo seguiu para o Tribunal, onde aguarda julgamento.
Edivan e Railton foram presos no dia 10 de março e no dia 22 de julho, aconteceu a primeira audiência de instrução e julgamento do caso. Na ocasião, oito testemunhas de defesa também foram ouvidas.
Ainda conforme informações obtidas pelo PNB, o processo foi desmembrado e está na fase de citação por edital. Com isso, Edivania e Maicon Neves dos Santos, apontado como autor dos disparos que mataram a vítima, terão as sentenças proferidas separadamente. Eles continuam foragidos, com mandado de prisão em aberto.
Foragidos
Segundo informações da polícia, Edivania Pereira de Morais, conhecida como ‘Vaninha’, teve um relacionamento com o marido da vítima, Lázaro César Santana, e teria planejado a morte de Élida por não se conformar com o fim do relacionamento com ele. Testemunhas relataram que ela tinha comportamento agressivo e perseguia o ex-namorado, além de ter ameaçado a professora de morte. Já Maicon Neves dos Santos teria sido contratado para efetuar os disparos que mataram a vítima.
Os dois acusados estão foragidos. Quem souber alguma informação pode entrar em contato com o Ligue Denúncia: (74) 88456528, ou para o 190, Central da PM.
Os dois suspeitos foram adicionados ao Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). A ferramenta é utilizada desde 2011 e apresenta os criminosos mais procurados do estado.
A dor da família
No dia 23 de julho, Maria da Paixão, mãe da professora Élida, participou do programa Palavra de Mulher, para falar sobre a audiência de instrução e sobre a dor que a família está vivendo desde fevereiro, quando aconteceu o crime. Dona Maria contou que participou, junto com outros familiares e amigos, da audiência, e que vem buscando força, “junto a Deus e amigos”, para lidar com a perda da filha de 32 anos.
A mãe da professora contou que ela havia acabado de sair de casa, quando ouviu os disparos. Dona Maria disse que a cena da filha morta, dentro do carro, vai carregar para o resto da vida.
“Não esqueço um segundo. Até hoje eu pergunto porquê isso aconteceu com minha filha. Era o primeiro dia da filha na escola. Ela pegou a filha e disse ‘olha mãe, como minha filha é linda’. A menina estava com aquele sorriso. Eu nunca mais vi a criança com aquele sorriso. As últimas palavras que ouvi da minha filha foi ‘estou atrasada’. Eu ouvi o barulho, mas jamais pensava que era algo com a minha filha”, contou dona Maria.
A mãe da Élida contou ainda que Edivânia perseguia a professora nas redes sociais, e chegou a ir na residência da professora. Ainda segundo dona Maria, semanas antes, criminosos invadiram a casa da família e tentaram abrir a janela de um dos quartos da residência. A família suspeita que eles estavam atrás de Élida. “Queriam matar ela dentro de casa”, acrescentou.
Fonte: Blog Preto no Branco