Celebrações dos 25 Anos do Irpaa terão início este mês

No mês de abril de 2015, o Irpaa – Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada, completa um ciclo de 25 anos de trabalho pela Convivência com o Semiárido brasileiro. Para dar início as celebrações de aniversário, no próximo dia 04 de junho a entidade realizará o lançamento de uma agenda de atividades comemorativas, as quais buscam também refletir os avanços e perspectivas da caminhada.

Inicialmente, o objetivo do Instituto, que teve D. José Rodrigues como presidente fundador, foi divulgar a Convivência com o Semiárido, para na segunda década de atuação ter como missão a consolidação da mesma. E agora nas suas “bodas de prata”, o Irpaa vem centrando esforços também na luta pela construção e implementação de uma Política Nacional de Convivência com o Semiárido.

Nesse sentido, é indispensável permanecer no diálogo constante com agricultores e agricultoras, redes e articulações, fóruns, entidades de cooperação e governos, com vistas a garantir que a uma Política de Estado, e não apenas de Governos, seja construída com base em todos os elementos que compõem o paradigma da Convivência.

Nesses anos de atuação, só tem crescido a intervenção da entidade com o incentivo à organização das comunidades rurais para lutarem pelo acesso à terra, a água e condições de produção apropriada à região. Nisto, a implementação de tecnologias, o trabalho de Assessoria Técnica e Extensão Rural – Ater, e apoio a empreendimentos de Economia Solidária tem sido fundamentais. Além disso, conquistas voltadas para a concretização da Educação Contextualizada (garantida pela LDB/1996), a defesa da vida do Rio São Francisco e dos povos ribeirinhos e a luta pelo direito à comunicação tem feito parte da ação do Irpaa.

Por que a Convivência com o Semiárido é um paradigma?

Um paradigma surge para quebrar outro. A Convivência com o Semiárido é um paradigma que surgiu para romper com o “Combate à Seca”. Trata-se de uma proposta que procura entender a natureza cada vez mais e organizar a vida e a produção conforme os parâmetros encontrados, garantindo uma divisão justa da terra, o uso racional das águas, dos solos e demais bens naturais, a preservação das culturas e soberania dos povos.

O conceito da Convivência com o Semiárido, em si, não é novo. Representa a prática do homo sapiens na conquista do espaço em sua caminhada pelo globo terrestre. Descobriu como conviver com o clima ártico, com o deserto do Saara e do Sahel, criou diversas formas de convivência com as tantas zonas climáticas da África. Nos declives íngremes dos Andes, conseguiu conviver com o clima de altura, noites geladas e dias quentes. Os estepes da Ásia não foram impedimento dos criadores de ovelhas a descobrirem a convivência também com os ventos fortes, vegetação escassa e invernos severos. Porém, nunca se estabeleceu o paradigma em um bloco só, nem ninguém o encontrou pronto. Foram milhares de anos de tentativas e erros. Precisavam superar períodos de glaciações, de estiagens durante décadas e repentinos períodos prolongados de chuvas. Perceberam o potencial alimentício de certas gramíneas, retiraram da natureza animais selvagens e se inciou o processo de domesticação.

No Semiárido brasileiro, no entanto, o estágio da evolução humana se encontrava na fase de coleta, caça e pesca. Os indígenas não conheciam animais domésticos, nem agricultura, mas viviam em convivência com o clima semiárido. No vazio de sementes agrícolas, de animais domésticos, de tecnologias de produção, os Portugueses jogaram seus conhecimentos, suas práticas e tecnologias que conheciam de Portugal. Além disso se aproximaram à região semiárida com olhar do litoral chuvoso.

Assim, para o colonizador era óbvio: se não se colhia nada nas roças, se vacas morriam, era por causa da falta de chuva. Nunca, nem naqueles primeiros séculos da ocupação, nem mais tarde na república ou no século XX, chegavam à conclusão que o errado não era o clima, mas o humano que insiste em criar gado bovino que não é adaptado ou plantar milho que não possui a maleabilidade genética para lidar com a grande irregularidade da chuva. Aqui, o clima normal é caracterizado por chuvas irregulares, intercaladas com períodos mais secos.

Sem entender tudo isso, se criou o conceito de “combate à seca”, o que significaria combater a natureza, combater o sol, fazer o mar evaporar mais água, arrastar as nuvens sobre o Semiárido. Nos últimos 30 anos, porém, cresceu a Rede de organizações que visam contrapor este paradigma mantido pelas elites dominantes. O Irpaa é uma das entidades precursoras da sistematização dos saberes regionais acerca do modo de vida apropriado às condições climáticas da região. Padre Cícero, Ibiapina, Antônio Conselheiro já pregavam a viabilidade do Semiárido. D. José Rodrigues reforçou.

As comunidades, organizações parceiras e entidades governamentais estão sendo convidadas para se somar a entidade neste momento de discussão e confraternização, dando início a uma agenda de celebrações que culminará no dia 

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