Por Emerson Rocha
Há pouco mais de cinco anos o Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM) vem sendo uma fonte de informações e cuidados para as mulheres de Juazeiro vítimas dos mais variados tipos de violência. Localizado na Avenida Luiz Inácio Lula da Silva, no bairro Centenário, o CIAM funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 18h, com inúmeros serviços voltados ao público feminino.
As mulheres que procuram o Centro passam por um processo de acolhida, no qual uma psicóloga ou assistente social vê a necessidade apresentada e faz os encaminhamentos necessários. “Às vezes essas mulheres só necessitam de uma escuta qualificada. Ai a assistente social identifica se há outra demanda, como saúde, Bolsa Família. Todo esse trabalho de encaminhamento é feito aqui no CIAM, mas o primeiro passo é a acolhida”, explica a Supervisora do Centro, Miriam Bernardo.
O CIAM atualmente tem uma média de 100 atendimentos por mês. De acordo com Miriam Bernardo, a maioria das mulheres que procuram o Centro são as que têm maior grau de informação. Para atrair mais mulheres, a supervisora conta que o Centro pretende implementar um novo projeto. “Nós estamos com o projeto CIAM nas Comunidades. Nossa equipe chegou à conclusão de que a pessoa mais necessitada, as mulheres mais carentes não têm conhecimento sobre o nossos serviços. Por isso nós pretendemos ofertar esses serviços nas comunidades”, afirmou.
Lei Maria da Penha
Criada em agosto de 2006 para coibir a violência praticada contra a mulher, a Lei Maria da Penha não vem tendo o esperado no Brasil. Assim como em âmbito nacional, a Lei vem sendo pouco eficaz em Juazeiro. “A Lei Maria da Penha não surtiu efeito. Lógico que as mulheres criaram mais coragem e estão denunciando mais, porém por ineficiência dos outros serviços, o agressor termina ficando mais revoltado com aquela pessoa que denunciou e termina acontecendo o que a gente vê todos os dias na mídia: eles acabam matando e fica por isso mesmo”, observa Miriam, lembrando que mesmo a Lei ainda não tendo atingindo seu objetivo, o melhor caminho para as mulheres é não se calar em casos de violência.
Outra forma de inibir a violência e melhorar a autoestima das mulheres é oferecendo qualificação profissional. Por isso dentro do CIAM elas recebem uma nova chance para recomeçar a vida. Com cursos, como artesanato e culinária, elas podem sair das dependências financeira e psicológica que muitas vezes as deixam reféns dos abusos praticados pelos homens.