Com o impeachment consolidado da agora ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), o Brasil coleciona um número preocupante no que tange ao estabelecimento democrático: apenas quatro presidentes não saíram do cargo precocimente em toda a história do País. Mortes, como no caso de Getúlio Vargas, desistência do cargo, como Jânio Quadros, e a própria deposição de um presidente, como Fernando Collor de Melo, são exemplos do quanto a história política no País passa por percalços durante toda a sua existência republicana.
O primeiro presidente a ter seu mandato completo foi Eurico Gaspar Dutra, que governou o País entre 1846 e 1851 – naquela época o mandato era de cinco anos. A sua gestão foi responsável pela elaboração da Constituição de 1946. Ele também teve embates políticos com os partidos de esquerda colocando na ilegalidade o PCB e ainda cassou mandatos de representantes no Congresso, inclusive o de Luis Carlos Prestes.
O segundo presidente foi Juscelino Kubitschek, entre os anos de 1956 e 1961. Sua vitória foi contestada pela UDN, liderada pelo deputado Carlos Lacerda e também pela ala conservadora do Exército. A posse de Juscelino e de João Goulart foi assegurada por um levante militar liderado pelo então Ministro da Guerra, General Henrique Teixeira Lott. Seu governo foi caracterizado pelo ousado Plano de Metas e o jargão “50 anos em 5″. Ele trouxe a capital federal para Brasília. Vale lembrar que João Goulart também foi vice de Jânio Quadros, e assumiu a Presidência logo depois da saída deste. Naquela época o vice-presidente tinha sua votação a parte, independente da escolha do presidente.
O terceiro foi Fernando Henrique Cardoso, que ganhou campo político após consolidar o Plano Real, ainda no governo de Itamar Franco. Ele foi o primeiro presidente reeleito da história do País e ficou no poder entre os anos de 1995 e 2002.
O quarto e último foi Luiz Inácio Lula da Silva que governou o País entre os anos de 2003 e 2010. Embora seu governo tenha sido palco de crises políticas como a do mensalão, em 2005, Lula tornou-se o presidente com a maior aprovação popular desde que foram instituídas as pesquisas de avaliação no Brasil.
Ao todo, somente oito foram eleitos diretamente através do voto universal – que atinge todas as classes econômicas, as mulheres e os analfabetos. Com isso a história mostra que a instabilidade é corriqueira no Brasil, que a real politica no País não é para principiantes, muito menos a democracia.




