O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, neste domingo (8/9), com a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), Maria Laura da Rocha, no Palácio do Alvorada, para discutir a tensão na Venezuela. Ela representa a pasta enquanto o ministro Mauro Vieira cumpre agenda no Oriente Médio.
No sábado (7/9), a relação do Brasil com o país vizinho ganhou um novo episódio de tensão depois que o regime da Venezuela revogou “de maneira imediata” a representação dos interesses da Argentina e de seus nacionais em território venezuelano pelo Brasil. Em nota, o Itamaraty informou que viu com “surpresa” a ação de Nicolás Maduro.
Em agosto, o Brasil assumiu a representação diplomática argentina e as de pelo menos outros cinco países na Venezuela, após elas terem sido expulsas pelo regime de Nicolás Maduro, em razão do não reconhecimento da reeleição do ditador chavista.
A Presidência informou que o encontro também foi para discutir a participação do Brasil na Assembleia Geral das Nações Unidas, a ONU. O assessor especial da Presidência, Audo Faleiro, participou da reunião.
González exilado na Espanha
A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, disse neste domingo (8/9) que Edmundo González, candidato que concorreu com Maduro nas eleições de julho deixou o país para preservar a sua liberdade e a sua integridade e já está na Espanha, onde pediu asilo.
O adversário de Nicolás Maduro era alvo de um mandado de prisão solicitado pelo Ministério Público e aceito pela Justiça venezuelana por crimes eleitorais.
A eleição na Venezuela é contestada por autoridades e organizações internacionais, que demandam que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país, controlado por autoridades chavistas, dê transparência e mostre as atas eleitorais. O grupo opositor se diz vitorioso, enquanto o chavista se mantém no poder.
“A partir da nossa vitória histórica em 28 de julho de 2024, o regime desencadeou uma onda brutal de repressão contra todos os cidadãos, classificada como terrorismo de Estado”, escreveu Corina na carta, que foi divulgada pelas redes sociais.
Na carta de Corina, ela afirma que González tomará posse como presidente constitucional e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Nacionais no dia 10 de janeiro de 2025.
Metrópoles