A partir desta terça-feira, 19, e pelos próximos 47 dias, o eleitor vai ter a companhia, seja na telinha da TV ou pelo som do rádio, dos candidatos que vão concorrer às chapas majoritárias e proporcionais. É o horário da propaganda eleitoral gratuita que, na avaliação dos estrategistas políticos, coloca a campanha eleitoral definitivamente na rotina do cidadão.
É o “canal de excelência” pelo qual os candidatos se comunicam com o eleitor de forma mais direta e apresentam suas plataformas de governo. Nesta disputa midiática o que vai contar é a capacidade que os candidatos terão de convencer o eleitor de que são merecedores do seu voto. Terão de provar, assinala o cientista político e professor da Ufba, Jorge Almeida, a credibilidade de suas propostas e deles próprios enquanto atores políticos.
Tempo
Dos três principais candidatos ao governo da Bahia, o deputado federal Rui Costa (PT) é o que terá mais tempo de propaganda, quase 7 minutos e meio. Pode ser uma vantagem, considerando que é o menos conhecido do eleitor e o que aparece, nas pesquisas, com uma média de 30 pontos percentuais atrás do seu principal adversário, Paulo Souto (DEM), que tem um tempo de TV quase igual.
O publicitário Sidônio Palmeira, responsável pelo marketing da campanha de Rui, explicou que o programa de estreia será mais do que apresentar o petista ao eleitor.
O candidato aparecerá não como uma continuidade do governador Jaques Wagner (PT), mas como alguém capaz de aprofundar as mudanças ocorridas nestes oito anos.
“Apesar de pouco conhecido, foi o deputado mais votado, secretário da Casa Civil, quando tocou os principais programas do PAC, e grande conhecedor dos problemas da Bahia”, diz Palmeira.
Indagado se os programas serão uma espécie de Ba-Vi das realizações do governo do PT contra as do DEM, disse que isso não norteará a campanha, “que será propositiva”. A participação de cabos eleitorais, como o ex-presidente Lula e a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), está prevista. “Mas o governo é de Rui, apoios não são o centro”.
Focar nas propostas do candidato e nos encontros que ele tem tido com a população . Esta é a linha que o publicitário Pascoal Gomes vai imprimir aos programas de Paulo Souto, candidato do DEM que tem o segundo maior tempo de propaganda, 6min53.
Com um elevado recall (lembrança), já que foi senador e governador em dois mandatos, o democrata, diz Pascoal, não precisa de apresentações. “O candidato vai mostrar todo o conhecimento que tem do Estado, adquirido nos diversos cargos públicos que ocupou, e apresentar suas propostas para a Bahia real, não da propaganda”, disse o publicitário.
Sobre potenciais apoiadores, o marqueteiro entende que o prefeito de Salvador ACM Neto (DEM), por exemplo, faz uma administração com ressonância em todo o Estado, o que se refletirá no programa. “Mas o nosso maior cabo eleitoral será o povo nas ruas”, pontua ele.
Homenagem a Campos
O programa de abertura da candidata Lídice da Mata (PSB) será uma homenagem ao ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, candidato do PSB à presidência da República morto, na última quarta-feira, e cujo corpo deverá ser sepultado, hoje, em Recife.
Segundo a publicitária Karina Perso, que cuida do marketing da campanha da socialista, no 1min51 que Lídice dispõe no horário eleitoral serão exibidas cenas de campanha de Campos na Bahia, com depoimentos dele sobre suas propostas para o País avançar e sobre a candidata do seu partido ao governo do Estado.
A Tarde