Aos 26 anos, a cantora curda-iraquiana criada na Finlândia e nos Estados Unidos Helly Luv se tornou musa dos combatentes curdos, conhecidos como peshmergas, que enfrentam o grupo Estado Islâmico. Seu hit “Revolution”, cantado em inglês, já foi visto por quase 2 milhões de pessoas no Youtube e ela não vacila: “Quero ajudar os peshmergas porque me considero um deles”.
Entrevistada pela agência AFP em Erbil, cidade considerada a “capital” do Curdistão Iraquiano, Luv diz que fez questão de vestir o uniforme dos combatentes de sua etnia na gravação do vídeo clipe “para encorajá-los”(assista ao vídeo abaixo). Ela inclusive visitou as tropas que enfrentam o Estado Islâmico, desde que o grupo extremista ocupou um terço do Iraque há cerca de um ano.
No vídeo de Revolution, a cantora conjuga guerra e glamour, embalada por um ritmo dançante. O enredo da história começa com um vilarejo tranquilo, com mulheres, crianças e homens rindo. De repente, uma explosão anunciada a chegada de veículos parecidos com os utilizados pelo EI na sua implacável invasão ao Iraque em junho de 2014.
Enquanto a população foge, Helly Luv caminha na direção contrária, de salto alto e braceletes repleto de balas, carregando uma bandeira onde se lê “Chega de violência”. Em seguida, o vídeo mostra uma contra-ofensiva curda contra os jihadistas, sugerindo que Luv deseja o fim da violência, mas com a vitória de seus combatentes.
Infância na Finlândia
“Quero mostrar ao mundo quem são os peshmergas e quem é o grupo Estado Islâmico”, disse Luv ao repórter da agência AFP, que não deixa de observar o caráter propagandístico do vídeo – ele retrata os combatentes curdos de forma heroica, como querem ser vistos diante da opinião pública internacional. O clipe também mostra mensagens em diferentes línguas e símbolos religiosos, como judaicos e budistas.
Neta de um peshmerga e nascida em 1988 com o nome Helan Abdulla, a cantora precisou deixar ainda pequena o Iraque ao lado de sua família, durante o regime de Saddam Hussein. Ela passou a juventude na Finlândia antes de, aos 18 anos, se mudar para Los Angeles, nos Estados Unidos, em busca do sonho de ter uma carreira musical.
As canções de Helly Luv são amplamente apoiadas pelos combatentes curdos ouvidos pela AFP, principalmente porque estão a anos-luz dos “nachids”, hinos sombrios e tristes que surgiram recentemente nas redes sociais para criticar ou até mesmo para apoiar o grupo Estado Islâmico. Toda essa animação foi o que rendeu a Luv a alcunha de Shakira curda.
Fonte: MSN Notícias