O Conselho Federal de Farmácia (CFF) lançou uma campanha nacional contra a automedicação. Participam da ação os estados de São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Acre, Pará e o Distrito Federal. A iniciativa foi baseada em uma ação fictícia de marketing realizada em São Paulo em dezembro do ano passado para o lançamento de um novo medicamento, a fim de conscientizar as pessoas sobre os efeitos negativos da automedicação. Uma equipe do CFF simulou promover vendas de uma indústria farmacêutica falsa e distribuiu quatro mil caixas de um medicamento inexistente para as pessoas que passavam pelo local. A embalagem do remédio falso, muito parecida com uma embalagem real, não tinha nome do fabricante nem o princípio ativo da medicação.
Dentro havia uma cartela com drágeas vazias e um alerta sobre os riscos da automedicação. A ideia era justamente alertar a população sobre os riscos do consumo de remédios sem indicação. Durante a ação, 85% das pessoas que receberam o remédio falso não perguntaram nada sobre ele. “Os dados demonstram que as pessoas entendem que o medicamento é um produto qualquer, sem riscos. Elas aceitam receber um remédio como se estivessem recebendo um pacote de bolachas”, avalia Pedro Menegasso, presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP). Segundo o CFF, nos últimos cinco anos, o Brasil registrou quase 60 mil internações por intoxicação medicamentosa.