Copom deve reduzir Selic ao menor nível em dois anos

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne nesta quarta-feira (22) e deve promover a quarta redução seguida na taxa básica de juros da economia, a Selic, segundo a expectativa do mercado financeiro e indicações da própria autoridade monetária.

A aposta da maior parte dos economistas dos bancos é de um novo corte de 0,75 ponto percentual, o que levaria a Selic, atualmente em 13% ao ano, para 12,25% ao ano. Mas há analistas prevendo uma redução maior: de um ponto percentual, para 12% ao ano. A decisão será anunciada após as 18h desta quarta.

No fim de janeiro, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, indicou que o ritmo de corte de juros, de 0,75 ponto percentual, implementado na reunião do Copom de janeiro, seria mantido neste mês.

Nas últimas semanas, porém, a inflação e as expectativas do mercado recuaram mais fortemente e, por isso, alguns analistas passaram a prever uma redução maior na Selic nesta semana.

Independente de cair para 12,25% ou 12% ao ano, os juros chegariam ao menor patamar desde o início de 2015 – quando estavam em 11,75% ao ano -, ou seja, em dois anos.

Os analistas preveem que o Copom continuará a reduzir a Selic nos próximos meses e que a taxa chegará a 9,5% ao fim de 2017.

Sistema de metas

O Banco Central reduz os juros quando julga que as estimativas de inflação, para os próximos anos, estão em linha com as metas predeterminadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Juros mais baixos, por sua vez, podem ajudar a estimular a economia brasileira, que passa por um período de fraco nível de atividade e alta do desemprego, além de resultar em uma despesa menor com os juros da dívida pública. A prévia do PIB do BC indica uma retração de 4,3% no PIB em 2016, o que, se confirmado, será o maior tombo em 26 anos.

Por conta do cenário de recessão na economia, a inflação está em queda livre. Depois de somar 10,67% em 2015 e 6,29% no ano passado, a previsão dos economistas é de que o IPCA caia para 4,43% em 2017, abaixo da meta central de 4,5% fixada para o ano.

“No momento, a percepção de desaceleração rápida da inflação nos próximos meses parece clara. Outro fato em linha com tendências observadas no passado é que a queda da inflação está ocorrendo mais rapidamente entre as famílias de renda mais elevada, com maior escolaridade e acesso a informação”, avaliou o economista Pedro Costa Ferreira, da FGV/IBRE.

Juros em um dígito no fim do ano

A previsão do mercado financeiro é de que a taxa básica de juros da economia continue recuando nos próximos meses, chegando a 9,5% ao ano no final de 2017, ou seja, em um dígito – algo que não acontece desde o fim de 2013, quatro anos atrás.

Se confirmado o patamar dos juros em 9,5% ao ano no fim de 2017, o corte será de 4,25 pontos percentuais apenas neste ano, o que configuraria a maior redução anual desde 2009, quando a taxa Selic caiu 5 pontos percentuais. Seria, portanto, o maior corte de juros em oito anos.

De acordo com o diretor-executivo de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro, a queda dos juros beneficia o consumidor e vários cortes seguidos podem ter um impacto maior nos juros bancários. A princípio, porém, avalia ele, não resultaria em um grande processo de renegociação de dívidas.

“Se de um lado temos uma queda da Selic, o que leva a oferta de crédito mais barata, de outro temos uma ambiente de risco de crédito alto. O desemprego está muito alto, tem a inadimplência alta e as famílias estão muito endividadas. A tendência é que, no médio prazo, isso vá beneficiar o consumidor na portabilidade [do crédito de um banco para o outro]. Mas, a curto prazo, os bancos vão ser muito cautelosos”, avaliou ele.

Ribeiro recomenda que os consumidores atrasem a compra de bens de valores maiores, como carros e a casa própria, à espera de taxas mais atraentes, que devem vir mais para o fim do segundo semestre.

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