Apesar de os índices de desemprego no país terem diminuído consideravelmente nos últimos dez anos – fruto de maior educação e qualificação para o trabalho – as cidades com maior população negra e parda – como Salvador e Recife – apresentam maiores taxas de desemprego do que aquelas com menor população negra ou parda e maior índice de população branca, como Porto Alegre e Belo Horizonte.
A conclusão é resultado de estudo feito pelos economistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Fernando de Holanda Barbosa Filho e Samuel de Abreu Pessôa.
Belo Horizonte e Porto Alegre apresentavam as taxas de desemprego mais baixas com taxas de 7% e 6,8% respectivamente. São Paulo apresentava uma taxa de 9% enquanto o Rio de Janeiro tinha uma taxa de 9,9%.
As cidades com taxas de desemprego mais elevadas eram Recife e Salvador, com 15,2% e 14,2%, respectivamente. Segundo o economista, os dados mais recentes da PNAD – de 2009 – apontam que na Bahia 30% da população é formada por negros e 53% por pardos. No Rio Grande do Sul, os brancos são 80%, 7% são negros e 10,8% são pardos.
“Esta situação deverá permanecer visto que é uma variável com inércia gigantesca. Fatores como raça e gênero mudam muito pouco e a migração interna não foi capaz de mudar a composição da população nos últimos anos”, afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho.
A decomposição da taxa de desemprego foi realizada com diferentes cortes da amostra. Os cortes escolhidos foram gênero, cor/raça, anos de escolaridade, faixa etária, experiência, ciclos escolares e capital humano. A íntegra do estudo está anexada.
Fonte: Instituto Brasileiro de Economia – IBRE