O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse nesta sexta-feira (12) que a Coreia do Norte “não vai ser aceita” como uma potência nuclear, e que sua retórica de guerra é “inaceitável” sob todos os aspectos.
O principal diplomata americano, que etá em Seul, capital da Coreia do Sul, também reafirmou que os EUA vão fazer de tudo para proteger seus aliados na crise da Península Coreana.
Kerry, que também visitará a China e o Japão, advertiu o regime norte-coreano que, se ele lançar um míssil como tem ameaçado nos últimos dias, vai contribuir para piorar uma situação já “volátil e potencialmente perigosa”.
O diplomata afirmou que o polêmico ditador norte-coreano, Kim Jong-un, precisa “compreender” quais seriam os impactos de um eventual conflito e disse que um lançamento de um míssil pela Coreia do Norte seriam um “enorme erro”.
“Será um grande erro de sua parte, já que isolará ainda mais o país”, disse Kerry, acrescentando que os norte-coreanos querem alimentos, não um “líder que mostre seus músculos”.
Ele também apelou pela intervenção diplomática da China, afirmando que Pequim pode fazer uma “diferença enorme” no convencimento norte-coreano e disse que o presidente Barack Obama ordenou o cancelamento de vários exercícios militares na região, para “esfriar” a tensão.
“Nossa esperança é de que possamos voltar às negociações”, disse.
A Coreia do Norte elevou o tom de suas ameaças de guerra nas últimas semanas, após sofrer uma nova rodada de sanções do Conselho de Segurança da ONU, em represália à realização de seu terceiro teste nuclear.
O fechado regime comunista de Pyongyang também quer que Estados Unidos e Coreia do Sul detenham as manobras militares conjuntas na região da Península Coreana.
A Coreia do Norte já ameaçou atacar EUA, Coreia do Sul e também o Japão, gerando apreensão na comunidade internacional.
Em meio a tensões crescentes na península coreana, oficiais de inteligência em Seul afirmam que Pyongyang tem dois mísseis de médio alcance para lançamento iminente em sua costa leste.
Os Estados Unidos, juntamente com seus aliados Coreia do Sul e Japão, impulsionaram defesas antimísseis na região, com navios equipados com armamento antimísseis, um radar flutuante e interceptores no arquipélago de Guam.
Comandantes americanos afirmam que suas forças estariam prontas para derrubar um míssil norte-coreano em caso de ameaça à Coreia do Sul, ao Japão ou a bases americanas em Guam.
Diplomacia
Durante sua campanha eleitoral, a nova presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, se distanciou da instransigência que caracterizava a política do ex-presidente Lee Myung-Bak em relação à Coreia do Norte.
Mas a chegada de Park ao poder, no final de fevereiro, coincidiu com a brusca escalada da tensão na península.