Os mais de 36 mil torcedores que ocuparam as arquibancadas da Arena tiveram de esperar um bocado para ver algum brilho da Seleção de Tite em sua terra natal, nesta quinta-feira. De fato, foi preciso suportar um primeiro tempo em marcha lenta em meio a uma noite gélida, até saciar toda a expectativa criada pela partida contra o Equador. E graças ao ingresso de Phillipe Coutinho. O meia deixou o banco para mudar a cara da equipe e comandar a vitória por 2 a 0 que garantiu o título simbólico de campeão das Eliminatórias para a Copa de 2018, com direito a um golaço.
É possível, inclusive, dizer que houve um Brasil antes e outro depois do ingresso do meia. Coutinho entrou na vaga de Renato Augusto, aos 13 da segunda etapa, numa troca que demandou a mudança do habitual 4-1-4-1 para o 4-2-3-1, com Paulinho recuado ao lado de Casemiro. Com liberdade para atuar atrás de Gabriel Jesus, o camisa 11 fez, de fato, a Seleção jogar, ao dar dinâmica à equipe com toques rápidos e individualidade apenas quando necessário.
A construção do belo gol que anotou em Porto Alegre é prova viva disso. Já aos 30, Coutinho arrancou em velocidade e deu passe açucarado, por elevação, a Gabriel Jesus, que dividiu com o goleiro e desviou de cabeça para encontrar o meia livre dentro da área. A finalização foi mero detalhe à construção coletiva.
O brilho de Coutinho, vale ressaltar, não apaga a boa atuação de Willian, novidade da equipe justamente na vaga do meia. O camisa 19 foi o atleta mais participativo do sistema ofensivo ao longo do primeiro tempo e ainda deu a assistência para o gol de Paulinho, que abriu o placar, em cobrança de escanteio.






