A ação de dois juízes auxiliares convocados para o processo contra o prefeito de Coari (AM), Adail Pinheiro (PRP), acusado de ser líder de uma rede de pedofilia no município, foi questionada nesta quarta-feira (5) pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) será acionado para analisar a escolha dos magistrados. Segundo informações da Agência Câmara, a relatora da CPI, a deputada Lilian Sá, diz que eles foram alvo de investigação do conselho por favorecer o prefeito em outro processo em 2006. Os juízes não poderiam auxiliar o desembargador nos processos de pedofilia no caso do Adail. “Eu acho isso um absurdo”, disse a relatora.
Para ela, os auxiliares deveriam ter declarado impedimento para julgar Pinheiro na ação. Segundo a parlamentar, no último caso, eles votaram a favor da absolvição. Segundo a Agência Brasil, o CNJ já puniu quatro magistrados envolvidos no julgamento: três em 2010 e uma juíza em 2012. O programa Fantástico veiculou, no último dia 26, denúncias de que o avião da prefeitura era usado para promover festas com menores, exploradas sexualmente. Ainda na última terça (4), uma outra ação contra o prefeito entrou em votação por desembargadores do Tribunal de Justiça do Amazonas. Desta vez, a acusação é de crime de responsabilidade, por contratação de servidor sem concurso público. Se condenado, Pinheiro pode ter seu mandato cassado. Na sessão, houve três votos desfavoráveis ao gestor. Como um magistrado pediu vista dos processos, segundo o G1, a sessão deve ser retomada na próxima terça (11). Ainda faltam o voto de 15 desembargadores.