Violação de direitos de crianças, adolescentes, mulheres e idosos, abordagem social de rua e o trabalho com menores que cumprem medidas socioeducativas em meio aberto são algumas das atribuições do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas Municipal), administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho (Sedest). No local, são atendidos casos de violência sexual contra crianças, que, no ano de 2013, somaram 23 ocorrências, encaminhadas por órgãos como o Conselho Tutelar, unidades de saúde, e o Hospital Dom Malan/Imip.
Para a psicóloga do Creas, Rebeca Machado, os números da violência sexual contra crianças são preocupantes, mas ainda não conseguem ser um reflexo total da realidade, pois existem muitos casos não registrados e não incluem a violência física, psicológica e a negligência.
No Centro de Referência, as vítimas e seus familiares recebem atendimento social, jurídico e psicológico, o que, para Rebeca, é fundamental para a minimização dos danos causados pela experiência do abuso. “Geralmente as crianças chegam bastante assustadas e têm dificuldade em compreender o que está acontecendo, devido à idade em que se encontram. Muitas vezes há sentimentos relacionados à vergonha, medo e culpa, além de um grande conflito interno, uma vez que a maioria dos agressores são pessoas próximas à criança, familiares ou amigos”, explica a psicóloga.
Dentre os mecanismos de combate a este tipo de violência estão o fortalecimento do diálogo com os sistemas de garantia de direitos, a exemplo do Conselho Tutelar e a sistematização dos acompanhamentos psicossociais e jurídicos. Ao longo deste ano, a Sedest planeja a intensificação das atividades de combate à violência sexual contra crianças, realizando ações de orientação e incentivando a população a denunciar os casos que tiverem conhecimento para que possam ser acompanhados pelo Creas.
Para denunciar os casos suspeitos, a população pode se dirigir ao Creas, situado na Rua Projetada, s/n, Vila Mocó, ou ligar para os telefones 3861-4620, do Creas, e 3862-9224, da Sedest.
Texto: Raoni Santos