O Conselho Regional de Medicina do Piauí utilizou sua página na internet para informar que dará apoio a qualquer “médico cubano lesado individualmente em seus direitos e que queira abrigar-se no Piauí e abandonar o Programa Mais Médicos”. O manifesto vem após a polêmica envolvendo a médica cubana Ramona Matos Rodriguez, que buscou abrigo no gabinete da liderança do DEM na Câmara dos Deputados, depois de abandonar o programa Mais Médicos.
A entidade diz ainda que a importação de médicos não é a solução para os problemas de saúde do Brasil e que os cubanos são tratados como mão de obra escrava. “O CRM já havia alertado sobre as irregularidades do programa de importação de médicos cubanos e as formas de contratação dos mesmos, com graves indícios de irregularidades, apontadas, inclusive, pelo Tribunal de Contas da União – TCU. Devido a isso, o Brasil passa a ser inserido no cenário mundial como um país que viola as convenções de trabalho internacionais, estabelecidas historicamente, contrapondo a origem partidária do atual governo”, diz o texto.
O CRM aponta como indício dessas irregularidades, a denúncia que o pagamento da bolsa não é feito diretamente para os médicos e que e parte dela vai para a Organização Panamericana de Saúde (OPAS). “O pagamento da bolsa chega a ser irrisório, em relação a outros contratos de intercâmbio profissional e caso um estrangeiro se desvincule por conta própria do programa ele será automaticamente deportado”, afirma o site.
O G1 tentou contato com Emmanuel Fontes, presidente do CRM-PI, mas ele não foi encontrado para comentar o caso.
Entenda o caso
No dia 04, a médica cubana Ramona Matos Rodriguez buscou abrigo no gabinete da liderança do DEM na Câmara dos Deputados, depois de abandonar o programa Mais Médicos. Ela já havia buscado asilo político no Brasil e na Embaixada dos Estados Unidos. A médica relatou que abandonou no dia 1º de fevereiro a cidade de Pacajá, no Pará, onde atuava em um posto de saúde, depois de descobrir que outros médicos estrangeiros contratados para trabalhar no Brasil ganhavam R$ 10 mil por mês, enquanto, segundo ela, os cubanos recebem US$ 400 (cerca de R$ 965)
G1