O algodão é uma cultura estratégica para a humanidade: produz ao mesmo tempo alimento e fibra. A fibra é utilizada para vestir metade da população do planeta, a torta tem uso na alimentação de ruminantes e o óleo na alimentação humana e também para a produção potencial do biodiesel. Essas características fazem do algodão importante fonte de emprego e renda para o país, em especial para a agricultura familiar das regiões semi-áridas e do centro-oeste.
No início dos anos 80 a cultura do algodão entrou em decadência, com redução drástica das áreas de plantio e a extinção de milhares de postos de trabalho, em especial no campo, onde o algodão sempre foi a principal fonte de renda. A partir desse cenário, a pesquisa da Embrapa buscou desenvolver cultivares mais produtivas e tecnologias de manejo cultural que permitissem a retomada do cultivo do algodão em bases sustentáveis.
O resultado foi o lançamento das cultivares CNPA 8H para o Nordeste e BRS Aroeira para o Centro-Oeste. Além das cultivares, a Embrapa Algodão e parceiros desenvolveram uma miniusina descaroçadeira de 50 serras e prensa enfardadeira, que permite aos agricultores produzir e beneficiar o algodão de forma associada, representando ganhos adicionais para o grupo, quando comparado com o modelo tradicional de venda do produto bruto à usina. Com a utilização do equipamento, o produtor pode comercializar a pluma diretamente com a indústria de fiação, além de obter sementes de boa qualidade para o próximo plantio e de poder utilizar o caroço para alimentar o rebanho local.
No estado de Goiás, no âmbito do projeto algodão na agricultura familiar, foi introduzida a miniusina de descaroçamento de 20 serras. O equipamento é de fácil manejo e funciona de forma itinerante, o que permite atender no local aos diferentes núcleos de produção de algodão associativo.
da redação do Nordeste Rural