Dez praias de cinco estados do Nordeste foram atingidas por novas manchas de petróleo cru, conforme foi divulgado pelo Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA) composto pelo Ibama, Marinha e Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Os locais citados ficam no Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, onde as praias de Ilhéus e Cairu, que já estavam limpas com o trabalho de servidores públicos e voluntários, voltaram a apresentar o problema. Os dois municípios baianos já fazem parte da lista de municípios que consta no decreto publicado no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira, 30, que reconhece a situação de emergência em mais 15 municípios da costa baiana.
Fazem parte desta lista, além de Ilhéus e Cairu, as cidades de Belmonte, Camamu, Canavieiras, Igrapiúna, Itacaré, Itaparica, Ituberá, Maraú, Nilo Peçanha, Taperoá, Una, Uruçuca e Valença.
Representantes dos municípios contemplados pelo decreto estadual participaram ontem durante todo o dia de uma reunião realizada na Associação dos Municípios da Região Cacaueira da Bahia (Amurc), em Itabuna, sob a coordenação do superintendente da Defesa Civil da Bahia, Paulo Luz.
Luz explicou que o decreto facilita a mobilização dos órgãos estaduais, cada qual na sua área de atuação, para somar esforços no apoio a iniciativas que visam minimizar o problema, que avança sobre a região sul em direção ao extremo sul do estado.
Sem controle
O decreto foi assinado pelo governador em exercício João Leão. Agora, os municípios pleiteiam o reconhecimento da situação de emergência por parte do governo federal, por meio da Defesa Civil do Ministério do Desenvolvimento Regional, o que facilita a recepção de ajuda por parte da União.
Na Bahia, um decreto publicado dia 14 de outubro já reconhecia a situação e emergência por causa do petróleo nos municípios de Camaçari, Conde, Entre Rios, Esplanada, Jandaíra e Lauro de Freitas. Além destes, as placas de óleo atingiram também Salvador e os municípios de Mata de São João, Vera Cruz e Jaguaripe, cuja situação ainda não foi reconhecida em decreto.
No estado, os três últimos municípios a detectarem a sujeira foram Jaguaripe, no Recôncavo, Valença e Nilo Peçanha no Baixo Sul, mobilizando batalhões de voluntários e servidores públicos na operação de limpeza, tanto nesses municípios quanto nos que as manchas aparecem quando a maré baixa.
Em toda costa do Nordeste, conforme a força-tarefa mobilizada pelo governo federal para monitorar e limpar os locais afetados, até segunda-feira (28) foram recolhidos 1.027 toneladas de resíduos no litoral nordestino.
Na Bahia, de acordo com o Inema, o estado não tem controle sobre a quantidade total de resíduos recolhidos. No entanto, o Corpo de Bombeiros Militares da Bahia confirmou que só nas praias de Lauro de Freitas e Litoral Norte foram contabilizadas 40 toneladas retiradas de praias e mangues até ontem.
Pesquisa
O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), anunciou ontem que amostras do petróleo que está poluindo a costa nordestina serão enviadas para laboratórios da França e da Noruega, para identificar suas características e apontar a sua origem.
O trabalho visa corroborar a pesquisa feita no Brasil, que apontou ser o material proveniente da Venezuela.
A Tarde