A defesa do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró apresentou requerimento solicitando a retirada do pedido de intimação da presidente da República, Dilma Roussef (PT), como testemunha de defesa. O documento foi protocolado na tarde desta segunda-feira (26) na Justiça Federal do Paraná, quase três horas depois do pedido inicial, que incluía o nome da presidente.
De acordo com o criminalista, o nome da presidente havia sido incluído porque a defesa entendeu que o Conselho de Administração da Petrobras, então chefiado por Dilma, tinha responsabilidade por contratos firmados para a construção de navios-sonda. A operação foi feita pela Área Internacional da empresa, à época comandada por Cerveró. Segundo o MPF, Cerveró recebeu propina em dois contratos firmados.
Após o protocolo, porém, Ribeiro repassou a lista a Cerveró, que está preso na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Foi quando o ex-diretor informou que os contatos foram firmados diretamente pela Área Internacional da Petrobras, sem o conhecimento do Conselho de Administração.
“Eu estava comentando sobre as testemunhas, e os motivos com o Nestor. Quando chegou na presidente Dilma, muito embora ela fosse a presidente do Conselho, a decisão sobre as sondas foi exclusiva da diretoria. Ela pouco, ou nada, poderia falar sobre isso, então decidimos substituí-la”, disse Ribeiro.
O requerimento também inclui o nome de Ishiro Inagaki na lista protocolada inicialmente. Veja os outros nomes:
José Carlos de Lucca – Ex-presidente da Petrobras e atual presidente da Barra Energia.
Álvaro Teixeira – Ex-presidente do IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP)
Hercules Tadeu Ferreira da Silva – Ex-Country Manager da Petrobras Angola e aposentado da Petrobras.
Luiz Carlos de Lemos Costamilan – Ex-Petrobras (cargos gerenciais) e atual conselheiro de Administração da Queiroz Galvão.
Eloy Fernández y Fernández – Atual presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP).
Ricardo Mucci – Ex British Gas, atual consultor.
Sergio Gabrielli – Ex-Presidente da Petrobrás.
Acusações
Cerveró foi diretor da Área Internacional da Petrobras de 2003 a 2008, durante o governo do presidente Lula. Já no governo da presidente Dilma Rousseff, assumiu a diretoria financeira da BR Distribuidora, onde permaneceu até ser demitido do cargo, em março de 2014.
Segundo o MPF, o ex-diretor recebeu propina, em dois contratos firmados pela Petrobras, para construção de navios-sonda, usados em perfurações em águas profundas. O pagamento, no valor total de 40 milhões de dólares, foi relatado pelo executivo Júlio Carmago, da Toyo Setal – que fez acordo de delação premiada no decorrer das investigações.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, também réu da Lava Jato, citou Cerveró no acordo de delação premiada. Em depoimento à Justiça Federal (JF) do Paraná, em outubro de 2014, Paulo Roberto disse que Cerveró recebeu propina na compra da refinaria da Pasadena, nos Estados Unidos. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o negócio gerou prejuízos de 790 milhões de dólares à Petrobras.
Fonte: Portal G1




