O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, não vai viajar para a Suíça, daqui a duas semanas, para a reunião do Comitê Executivo da Fifa, da qual ele faz parte. O cartola afirmou a interlocutores que “o que realmente importa está acontecendo no Brasil”. E é essa a justificativa que tem apresentado a quem lhe pergunta se pretende deixar o país.
Del Nero tampouco vai viajar ao Paraguai nesta semana, onde acontecem reuniões da Conmebol. Como aconteceu no mês passado, o presidente da CBF nomeou um de seus vices, Fernando Sarney, para representá-lo. No caso do Comitê Executivo da Fifa, não há possibilidade de representação ou substituição – a cadeira que ele ocupa fica vazia.
Quem indicou Del Nero para o Comitê Executivo da Fifa foi a Conmebol, que já trabalha para substitui-lo caso ele volte a faltar numa reunião. O presidente da CBF já não participou da reeleição do presidente da Fifa, Joseph Blatter, em maio, e também faltou ao sorteio das Eliminatórias da Copa de 2018, na Rússia, e à reunião do Comitê Executivo da Fifa, em julho. Apesar do risco, Marco Polo Del Nero tem dito que não teme perder o cargo e nem pretende entregá-lo. Diz que “não vê motivos” para sair do Comitê Executivo da Fifa.
De acordo com o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, Marco Polo tomou a decisão de não viajar mais para fora do Brasil desde que o FBI prendeu uma série de dirigentes da Fifa, no dia 27 de maio. O presidente estaria se dedicando a acompanhar mais de perto a CPI do Futebol, que já aprovou a quebra de seu sigilo bancário.
– Ele está totalmente dedicado ao futebol brasileiro – declarou Feldman em evento em São Paulo na manhã desta quarta-feira.
O senador Romário (PSB-RJ), presidente da CPI, respondeu com ironia quando foi instado a falar sobre o caso.
– O presidente Marco Polo Del Nero pode viajar tranquilo que aqui na CPI nós esperamos ele voltar – disse o senador durante uma das sessões da CPI.
Fonte: Globo Esporte