Ao entrarem no gramado do Maracanã, na noite do último domingo (21), em uma homenagem às mulheres rendeiras durante a cerimônia de encerramento da Olimpíada 2016, as Ganhadeiras de Itapuã estabeleceram um marco na trajetória do grupo, iniciado há 12 anos.
“Há o antes e o depois da Olimpiadas”, afirma Amadeu Alves, idealizador do grupo. “No encerramento, a gente chegou a um público internacional, de milhões de pessoas”, acrescenta.
As Ganhadeiras de Itapuã é um grupo cultural fundado em março de 2004, com o objetivo de manter vivo os costumes e história do bairro de Itapuã, em Salvador. “Fomos em busca dos mais velhos, gente que tinha história para contar desta aldeia de pescadores, que também foi aldeia de índios, além de uma região por onde chegaram muitos exploradores”, conta Amadeu.
O grupo é formado por antigas lavadeiras da Lagoa do Abaeté onde, nos intervalos do trabalho, faziam batuques, sambas de roda, cantorias e contavam histórias. Dona Mariinha, de 82 anos, é uma das ganhadeiras que está no grupo desde o começo.
“Com o passar do tempo, esses costumes de Itapuã foram parando, os mais velhos morrendo. Então nos juntamos para conversar sobre Itapuã, contar causos, brincadeiras.
Depois fomos ensaiando cantigas antigas”, conta a ganhadeira que revela já ter neta e bisneta no grupo.




