De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos). Apesar do alto número de casos, que envolvem fatores genéticos e hábitos de vida não saudáveis, o médico endocrinologista da Secretaria de Saúde de Juazeiro, Joroastro Espínola, explica sobre a doença, como pode ser feito o tratamento e ressalta que a mudança no estilo de vida faz toda a diferença, tanto em quem já tem a doença quanto para a prevenção da mesma.
O diabetes é uma doença endócrino-metabólica que é causada pela diminuição na produção e liberação de insulina pelo pâncreas e/ou diminuição da ação dela nos órgãos onde ela age, fazendo com que esteja aumentada a quantidade dos níveis de glicose no sangue. Isso pode levar a complicações a médio e longo prazo, sendo que em alguns casos a curto prazo, a consequência a órgãos-alvo se o indivíduo não fizer o controle da doença. Segundo o médico endocrinologista, o diabetes tipo 1 acontece em situações onde a produção da insulina pelo pâncreas é extremamente baixa ou quase zerada. “Nestes casos chamamos de falência pancreática, onde o pâncreas não produz insulina ou produz em quantidade muito pequena. Então essa quantidade ‘segura’ o indivíduo no limite e qualquer estresse rápido faz com que ele desenvolva. Nesses pacientes é realizada a reposição de insulina”, explicou Joroastro Espínola.
No diabetes tipo 2 a produção de insulina pelo pâncreas é diminuída, mas não tanto quanto o tipo 1. “Às vezes, neste caso, mudando hábitos de vida, é possível controlar os níveis de açúcar no sangue associado a medicações, em alguns casos. Alguns pacientes acabam precisando de insulina no diabetes tipo 2, mas boa parte, por um bom tempo, consegue controlar com uso de remédios associados a mudança de estilo de vida”, destacou o médico.
O médico ainda destaca que é possível haver a diabetes por indução medicamentosa. “Pacientes que tenham outras doenças e estejam usando o remédio para o tratamento dela, este medicamento pode prejudicar a ação da insulina nos órgão-alvo, transitoriamente, na maioria das vezes. São remédios como imunossupressores e corticóides. Geralmente nestes casos há uma possibilidade de reversão do quadro quando finalizado o tratamento da referida doença e talvez haja a possibilidade da redução da diabetes”, disse.
Causas
Como causas, situações que podem levar ao acometimento do indivíduo a ter diabetes há o fator genético e os fatores comportamentais, como alimentação errada, sedentarismo, álcool em excesso, tabagismo e estresse diário, por exemplo.
Segundo o médico endocrinologista, a doença pode provocar complicações como perda da visão de um ou dos dois olhos, infarto, AVC, disfunção renal, entre outros.
Mudança no estilo de vida
Segundo o endocrinologista, a mudança dos hábitos de vida precisa ser encarada de maneira séria e não de forma esporádica. “Quando a gente fala de mudança do estilo de vida não é mudar parcialmente, como a maioria de nós fazemos. É conversar com o nutricionista para que ele individualize a necessidade. De modo geral, a maioria dos diabéticos vai ter mudança na alimentação, o que precisa ser evitado. O tratamento é individual”, enfatizou.
Hiperdia
Pacientes diabéticos que fazem acompanhamento pelas equipes de Saúde da Família das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Juazeiro são programados no ‘Programa HiperDia’, que realiza um acompanhamento dos pacientes com hipertensão e diabetes das comunidades para garantir um controle das doenças e garantir melhor qualidade de vida a estes usuários. Os pacientes do HiperDia são monitorados sobre a doença e medicações necessárias, por exemplo.
Ascom Sesau PMJ
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