A presidente Dilma Rousseff desembarcou em Brasília por volta de 7h45 deste domingo (1º) após passar a semana na Índia, onde se reuniu com líderes do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Dilma passa o domingo no Palácio da Alvorada sem compromissos oficiais, segundo a Presidência da República. Nesta segunda (2), a única agenda prevista é uma reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na parte da tarde.
Eles devem discutir o lançamento de medidas de estímulo à economia brasileira, o que Dilma prometeu, na Índia, que faria assim que voltasse ao Brasil.
“Pretendemos divulgar um conjunto de medidas logo depois que eu voltar para o Brasil. […] As medidas têm por objetivo assegurar, através de questões tributárias e financeiras, maior capacidade de investimento para o setor privado”, afirmou a presidente em entrevista a jornalistas na última quinta (29) após discurso na IV Cúpula do Brics, em Nova Déli, capital indiana. Dilma, porém, se recusou a adiantar o teor das medidas.
No sábado (31), antes de retornar ao Brasil, Dilma visitou o Taj Mahal, em Agra, na India.
Crise financeira
Em sua estada na Índia, a presidente Dilma e os outros líderes voltaram a manifestar preocupação com medidas anticrise dos países ricos que privilegiam o excesso de liquidez no sistema financeiro mundial.
Os bancos centrais das economias desenvolvidas têm injetado bilhões de dólares no sistema bancário e mantêm as taxas de juros reduzidas para tentar estimular o crescimento e lutar contra a crise da dívida.
“A liquidez excessiva que se deriva da política agressiva adotada pelos bancos centrais para estabilizar suas economias está se espalhando nas economias dos mercados emergentes”, afirma um comunicado do bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Suk, divulgado ao fim do IV encontro de cúpula.
Em discurso, Dilma também criticou a desvalorização artificial das moedas. “A consequente depreciação do dólar e do euro traz enormes vantagens comerciais para os países desenvolvidos e coloca barreiras injustas à competitividade dos produtos oriundos dos demais países, em especial o Brasil. Contudo, nós, do Brasil, não queremos, não iremos, nem concordamos em um processo de levar a uma competição na qual cada país tenta sair da crise desvalorizando sua moeda e o ganho de seus trabalhadores.”
A presidente brasileira afirmou que é preciso uma “política baseada na expansão do investimento e do consumo, na expansão dos mercados internos das principais economias mundiais e no crescimento equilibrado do comércio internacional”.