A presidente Dilma Rousseff reforçou nesta quinta-feira (27) o pedido aos bancos privados para que, a exemplo do BNDES, financiem a produção no País. Ela lembrou do apelo que fez aos empresários nesse sentido, em seu pronunciamento de final de ano. O governo está preocupado com os baixos investimentos e a crise de confiança de investidores no País. “Precisamos que os bancos privados participem do financiamento de longo prazo e não só o BNDES. Precisamos de outros, de fundos de investimentos, debêntures, conversíveis, porque todo o peso do financiamento hoje recai no BNDES. Precisa de uma presença maior do setor privado para dar musculatura ao sistema. Por isso é bom vários participarem”, afirmou a presidente, em encontro com jornalistas nesta quinta-feira.
Dilma reconheceu que o seu governo interfere na economia, mas fez questão de ressaltar que faz isso para melhorar as condições de vida do empresariado e melhorar as condições e prazos de financiamento. “Interferi sim. Eu briguei sim para ter financiamento de 20, 30 anos. E ainda brigo para ter financiamento de uma parte expressiva do empreendimento. O Brasil tem de oferecer certas condições de impacto na rentabilidade”, afirmou a presidente, acrescentando que briga também para que sejam reduzidas as exigências de garantia. Para a presidente, enquanto o Brasil não tiver um ambiente de estabilidade, não haverá financiamento de longo prazo “nem que a vaca tussa”. Dilma insistiu ainda que “as condições de financiamento de longo prazo são essenciais para ter taxas de retorno compatíveis”.
Ao insistir na necessidade da presença maior do setor privado no crescimento da economia, Dilma lembrou que, no passado, os empresários não tinham condições de investir por causa das taxas de juros praticadas no País. “Nós criamos a TJLP como jabuticaba”, criticou. Dilma considerou este ano como o da competitividade. Para ela, este é um assunto a ser tratado com determinação para se tornar permanente.