Dilma Rousseff diz que lema do novo governo será “Brasil Pátria educadora”

Dilma Rousseff diz que lema do novo governo será "Brasil Pátria educadora"
Dilma Rousseff diz que lema do novo governo será “Brasil Pátria educadora”

A presidente Dilma Rousseff, após tomar posse no Congresso Nacional, disse que o lema do novo governo será “Brasil: Pátria educadora”. Ela caracterizou o lema como simples, direto e que reflete com clareza qual será a prioridade do governo, além de sinalizar o setor para o qual devem convergir os esforços de todas as suas áreas.

“Estamos dizendo que a educação será a prioridade das prioridades, mas também que devemos buscar em todas as ações do governo um sentido formador, uma prática cidadã”, explicou, ao acrescentar que só a educação liberta um povo e abre portas para o futuro.

Dilma defendeu um ensino de qualidade em todos os níveis de formação e para todos os segmentos da sociedade. A presidenta destacou que a expectativa é que, ao longo deste novo mandato, o setor comece a receber volumes mais expressivos de recursos oriundos dos royalties do petróleo e da exploração da camada pré-sal.

“Buscaremos, em parceria com os estados, efetivar mudanças curriculares e aprimorar a formação dos professores” disse, ao avaliar ser esta uma área frágil no sistema educacional brasileiro. A presidenta prometeu dar atenção especial ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e ao Programa Jovem Aprendiz. “O Brasil vai continuar como país líder no mundo em políticas sociais transformadoras”.

Portaria
O lema Brasil, Pátria Educadora surge na semana em que o Palácio do Planalto editou uma portaria alterando as regras de acesso ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), o que pode reduzir em 20% o número de beneficiados.

Uma portaria publicada pelo Ministério da Educação (MEC) na última segunda-feira, 29, definiu que a partir de abril será exigida uma pontuação mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para obter acesso ao financiamento. O MEC proibiu também o aluno receba simultaneamente recursos do Fies e bolsa do Programa Universidade Para Todos (ProUni), que concede bolsas integrais e parciais para instituições privadas de ensino superior.

Estimativas da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) apontam que a medida deverá reduzir em 20% o número de jovens beneficiados com as políticas educacionais no setor privado.

Economia
A presidente afirmou que a credibilidade e a estabilidade da economia são importantes e que é necessário um ajuste nas contas públicas para que o país volte a crescer.

“Os primeiros passos dessa caminhada [para voltar a crescer] passam por ajuste nas contas públicas e aumento da poupança interna. Faremos isso com o menor sacrifício possível para a população. Vamos, mais uma vez, derrotar a falsa tese de que há conflito entre estabilidade econômica e investimento social”, declarou a presidente.

Antes de chegar ao Cangresso, a presidente desfilou em carro aberto ao lado da filha Paula.  Foto: J. Batista/Câmara dos Deputados
Antes de chegar ao Cangresso, a presidente desfilou em carro aberto ao lado da filha Paula. Foto: J. Batista/Câmara dos Deputados

Dilma disse ainda que seu governo monitorará a inflação. “Em todos os anos do meu primeiro mandato, a inflação permaneceu abaixo do teto da meta e assim vai continuar”. Segundo ela, as reservas internacionais e os investimentos diretos no país estão em patamares favoráveis, e, em seu segundo mandato, o ambiente para negócios e atividade produtiva se tornará ainda melhor.

A presidente anunciou que encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei criando um mecanismo de transição entre as categorias do Simples (regime de pagamento de impostos para pequenos empresários) e os demais regimes tributários. “Vamos acabar com o abismo tributário que faz os pequenos negócios terem medo de crescer”, discursou.

Petrobras
Ao falar da Petrobras em seu primeiro discurso do segundo mandato, no Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff destacou o histórico e a importância da estatal do petróleo e lamentou que a companhia teve servidores que “não souberam honrá-la”. Lembrou a descoberta do pré-sal, citando que a exploração do recursos já é uma realidade e que fará do Brasil um dos maiores produtores da commodity no mundo.

Dilma afirmou que a empresa é a mais estratégica do País, a que mais investe e mais contrata, e disse que a Petrobras é maior do que qualquer crise. “A Petrobras tem capacidade de sair da crise mais forte”, afirmou. A presidente disse que é importante que se saiba apurar com rigor os malfeitos na estatal, sem enfraquecê-la. Ela defendeu também o regime de partilha e a política de conteúdo nacional, mecanismos que, segundo Dilma, “asseguraram ao povo o controle das riquezas políticas” e que não podem ser prejudicados por causa do interesse de “setores contrariados”.

A presidente repetiu promessas feitas anteriormente de rigoroso processo de apuração e punição para envolvidos em casos de corrupção na Petrobras e em outras áreas. Falou que a estatal do petróleo terá aprimorados seus procedimentos de gestão, governança e controle. “Vamos apurar com rigor tudo de errado que foi feito na Petrobras e fortalecê-la. Vamos criar mecanismos para que fatos como estes não voltem a ocorrer”, afirmou.

Dilma também listou cinco medidas que enviará ao Congresso para combater a corrupção, que “ofende e humilha o povo, os empresários e as pessoas de bem”. As propostas, que a presidente chamou de “pacto nacional contra a corrupção”, vão dar força ao combate aos ilícitos, prometeu.

São elas transformar em crime e punir com rigor agentes públicos que enriquecem sem justificativa clara; mudar a legislação para tornar criminosa a prática de caixa 2; criar mecanismo judicial para o confisco de bens adquiridos de forma ilícita; alterar a legislação para agilizar julgamentos de desvios de recursos públicos e criar uma nova estrutura em parceria com o poder Judiciário para dar maior eficiência e agilidade em processos que envolvam autoridades com foro privilegiado.

Reforma Política
Ao voltar ao tema da reforma política, no seu pronunciamento, a presidente reforçou que buscará o apoio da população para passar mudanças no sistema político e eleitoral, em referência à realização de um plebiscito, mencionado por ela em outras ocasiões. “Precisamos buscar a opinião do povo para legitimar as mudanças”, disse ao falar da importância de se “democratizar o poder” e combater “energicamente” a corrupção.

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Dilma Rousseff aproveitou o discurso de posse para anunciar o lançamento do terceiro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o segundo programa de investimento em logística. Ela afirmou que, desde 2007, foram duas edições do PAC que totalizaram R$ 1,6 trilhão em investimentos.

A presidente afirmou que vai aprimorar os modelos de regulação e garantir que o mercado privado de crédito de longo prazo se expanda. Ela reafirmou o compromisso de apoiar os estados e municípios na infraestrutura de transportes. Disse que está em andamento uma carteira de R$ 143 bilhões em obras de mobilidade urbana em todo País.

Dilma falou também da infraestrutura de comunicações. “Reafirmo meu compromisso de promover a universalização do acesso à banda larga”, disse. Ela também reafirmou seu compromisso de reduzir os desequilíbrios regionais.

Cerimionial 
A presidente Dilma deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial, por volta das 14h45 (horário de Brasília) em direção à Catedral Metropolitana de Brasília. Ela chegou por volta das 15h em um carro fechado. Acompanhada da filha, trocou de carro e embarcou no tradicional Rolls-Royce presidencial conversível, que a levou para o Congresso Nacional.

Ao chegar ao Parlamento, onde assinou o compromisso constitucional de posse, Dilma foi recebida  por parlamentares da base aliada, além do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Dilma conversou com os parlamentares por aproximadamente dois minutos e passou pelo Salão Negro do Congresso cumprimentando jornalistas e convidados. Na entrada, ela foi aclamada pelos poucos militantes que se reuniam no gramado. Com a passagem da presidente, os militantes entoaram o coro “Olê, Olá, Dilma!”.

Encontros
Dilma começa ainda hoje, em um encontro no final da tarde com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, uma série de encontros bilaterais que marcam o início dos compromissos oficiais de seu segundo mandato. Logo depois de Biden, Dilma recebe a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Irina Bokova. Amanhã, a presidente começa o dia em encontros com o vice-presidente da China, Li Yuan Chao, e com o primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven.

O rápido encontro com Biden, antes do coquetel para convidados no Itamaraty, deverá se concentrar na renovação do convite para que a presidente faça uma visita de Estado aos EUA, possivelmente ainda neste ano. Nos últimos meses, Biden foi o interlocutor designado por Barack Obama para melhorar as relações com o Brasil depois do escândalo de espionagem da National Security Agency. Em seu discurso de posse no Congresso, Dilma destacou a necessidade de “aprimorar a relação com os Estados Unidos” por sua importância tecnológica, científica e pelo volume de comércio entre os dois países.

Com o primeiro-ministro da Suécia, o tema deve ser também o intercâmbio tecnológico. Depois do contrato bilionário para compra de caças Grippen para a Aeronáutica, os dois países têm um acordo também de transferência tecnológica. O interesse sueco agora no Brasil são, principalmente, mineração, energia renovável, informática e saúde.

Já a diretora-geral da Unesco pedirá ao Brasil apoio para lançar seu nome ao cargo de Secretário-Geral das Nações Unidas mas, principalmente, pedirá que o Brasil pague sua dívida de R$ 36 milhões com a entidade. Depois de ter sido boicotada pelos Estados Unidos ao aceitar a entrada da Palestina como membro pleno, a Unes.

Fonte: Diário de Pernambuco

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