São tantos os caras de pau que a Republica os dispensa, pelo menos aqueles que chegam com a cara untada com mata-cupim. Dessa forma, porém, se apresentou há dois dias José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil, conselheiro de Lula e já condenado pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa no julgamento do mensalão. Por seu blog, voltou com a tese de que é necessário regulamentar a mídia (censurar, quis dizer) como “uma das prioridades do PT”, onde sua força ainda é muito grande. Questão de gosto. Condimentou com propostas aceitáveis, por necessárias, com uma reforma política e, em seguida, mais uma gracinha: “a desconstrução da farsa do mensalão”. Em síntese, os réus são todos santos, e os ministros diabos que compõem a corte suprema. Um inferno. Quer a regulação da mídia como meta, o que facilitaria a abertura da arca, sem haver necessidade de tramas para arrombá-la. Condenou a imprensa “que virá com o discurso enviesado de sempre para dizer que a regulamentação é censura e ameaça à liberdade de imprensa.” Não, não é apenas isso. Seria, talvez, um “laissez faire” para os corruptos se lambuzarem com o dinheirinho republicano enquanto a nação fica muda, porque surda por não conhecer, através da mídia, os fatos.
por Sanmuel Celestino