O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que a divulgação da prova do Exame Nacional do Ensino do Médio (Enem) em redes sociais antes do término da aplicação neste domingo, 10, não causou danos. Os responsáveis, declarou, serão punidos. Weintraub classificou como “terrorismo” o vazamento da prova no primeiro dia do teste, no último domingo, 3.
De acordo com o ministro, os responsáveis pela divulgação do segundo dia foram candidatos e não aplicadores. Houve registro de boletins de ocorrências para notificar o caso. “O dano disso foi zero”, afirmou Weintraub. “Isso é um trouxa. É um babaca”, classificou o ministro, em referência a quem divulgou. “Tem que punir essas pessoas de forma exemplar para saber que uma ação danosa para prejudicar o coletivo não sai impune.”
O ministro ainda afirmou que os responsáveis vão ter que explicar o caso “pelo resto da vida” e negou que tenha sido um “vazamento” porque não teria saído da estrutura do Enem. “Vai ser preso? Não. A gente não consegue nem prender ladrão contumaz, manter preso um ladrão contumaz… não vou polemizar”, comentou o ministro, sem citar nenhum nome específico. Na sexta-feira, 8, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a prisão após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
‘Terrorismo’
Ao comentar o vazamento da prova no domingo anterior, dia 3, o ministro classificou como “terrorismo” de “militantes” o comportamento de duas aplicadoras acusadas de vazarem o conteúdo A Polícia Federal investiga o caso. Weintraub comentou que uma delas “talvez seja inocente” e que outra é “culpada”. “O que ela tentou fazer foi terrorismo. Isso se chama terrorismo, colocar terror na sociedade civil”, comentou.
Weintraub apontou para uma estrutura maior que teria planejado o vazamento. “Pessoas adultas recebendo para fazer a prova planejaram essa ação. Não foi piada, gracinha, foi sabotagem, foi para causar mal-estar da sociedade”, comentou, respondendo mais tarde que cabe à polícia esclarecer as informações.
Dados
O Inep divulgou que dos 5.095.388 inscritos, 3.709.809 fizeram a prova no segundo dia de aplicação, ou seja, um índice de 72,81% de presença e de 27,10% de ausência. Na semana passada, primeiro dia do teste, o porcentual de ausentes foi de 23,1%.
De acordo com o ministro da Educação e o presidente do Inep, Alexandre Lopes, essa foi a menor abstenção para o segundo dia de prova da história do Enem. “Tivemos o melhor Enem de todos os tempos”, disse Weintraub, que ainda destacou que não houve “ideologia” na prova.
Entre os candidatos, 371 foram eliminados. De acordo com o Inep, os principais motivos foram por portar equipamento eletrônico, ausentar-se antes do horário permitido, utilizar materiais impressos, não atender às orientações dos fiscais, entre outras.
Por Daniel Weterman – Estadão Conteúdo