O visitante aproximou-se do mestre:
– Minha vida está perdida – disse ele. – Tenho procurado seguir a luz, mas sempre me atrapalho. Hoje não tenho mais o amor de minha família, o respeito dos amigos, a solidariedade dos que encontrei na estrada. Sequer tenho vosso apoio. Mas quero fazer uma só pergunta: como posso sair disso?
– Através do perdão – disse o mestre.
– Perdão? Se nada fiz, a quem perdoarei?
– A todos – continuou o mestre. – A ti mesmo, a vida, os amigos, a família, a natureza, o mestre, os outros caminhantes.
– Como se faz isto? – insistiu o visitante.
– Entendendo que a culpa não é de ninguém – respondeu o mestre. – DE NINGUÉM MESMO.
por Paulo Coelho